O caso como ele é

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O caso como ele é

Sobre Trump e a retirada da Lei Magnitsky- que punia o ministro Alexandre de Moraes, como violador dos direitos humanos, já ouvi de tudo. De A a Z formou-se um verdadeiro baralho de informações contrárias e reações díspares e contraditórias Há os que festejaram como uma vitória diplomática do apedeuta brasileiro. Nessa toada, fez crê que o presidente norte-americano é um palerma, que  caiu direitinho na lábia do brasileiro, verdadeiro aprendiz de feiticeiro. Muitos direitistas choraram o leite derramado, confessando a acachapante derrota e foi um deus nos acuda. Outros, pelo contrário, saudaram a decisão do presidente norte-americano, conferindo ao fato um passo decisivo para a anistia projetada e tão  sonhada, atribuíndo à dosimetria, recentemente votada na Câmara dos  Deputados  e pendente de  votação no Senado, como um grande passo em direção à normalização política do Brasil. Finalmente, não se pode  esquecer os  otimistas, que falam de um  acordo celebrado entre Trump e Lula, uma  espécie  de  diplomacia do  futuro, na  qual o norte-americano liberou Moraes das  agruras da  sanção e, em compensação, no silêncio dos  pântanos, Lula abandonou o discurso soberano e se comprometeu a trazer de  volta o país ao estado democrático de direito, entre outras tantas promessas .

De fato, para conceder benefício tão elevado a Alexandre de Moraes, cogita-se que Donald Trump, conhecido como o rei das negociações, teria exigido compensações à altura. Embora, o escambo diplomático não tivesse sido esclarecido pelos seus protagonistas, muitos interlocutores, entre eles o advogado pessoal de Trump e da Rumble, ainda que não figure como membro do Governo, alinharam algumas obrigações e nos faz acreditar que serão realizadas em futuro próximo.

E o que compõe o pacote desses compromissos futuros, a serem honrados pelo virtuoso presidente brasileiro? São eles: eleições livres e limpas em 2026; liberdade do Jair Bolsonaro; fim da censura nas redes sociais; cancelamento de impostos às big tech americanas; concessão de terras raras a serem exploradas por empresas americanas; término da cooperação com a China em satélites; combate ao crime organizado.

Uma vez adotadas essas medidas, teria o Governo brasileiro reconciliado-se com a democracia e reconhecido a necessidade de trilhar novos caminhos nas suas relações  com os  Estados Unidos, a  fim de participar  das alterações geopolíticas empreendidas pela potência  norte-americana, no seu afã de efetivar as novas modalidades da  doutrina  Monroe.
A política externa de Donald Trump tem, contudo, entre seus principais objetivos, reindustrializar os Estados Unidos. A potência norte-americana paga até hoje o preço de uma política, concebida por Henry Kinsinger e adotada por Nixon, cujo equívoco consistiu em transferir boa parte das indústrias do país para China, convictos que desse modo conquistariam o país de Mao Tze Tung para a democracia.

Deram com os burros n´água!

Daí que é bom pensar que não foi em troca de bondades, mas de interesses, que os norte-americanos revogaram a  Magnitsky sobre o nosso magno violador de direitos humanos. 
Tem os que creditam esta decisão de Donald Trump a uma fria e calculista troca por um punhado de terras raras, corresponde a 23% das reservas mundiais desses treze minérios, tão necessários às modernas tecnologias. Às favas os critérios ideológicos e morais que davam à lei Magnitsky uma certa respeitabilidade e poder!  

Isto parece verdade, pois Lula Da Silva, para salvar o seu “salvador”, faz qualquer negócio, ainda que tal transação seja vil para o país que ele preside! 

Neste particular, é preciso salientar que os Estados Unidos  consideram o Brasil a última etapa do  que podemos chamar da reconversão tardia de países do continente sul-americano aos  valores  constante do  mundo ocidental, entre eles a Democracia perdida.  Em outras palavras, os Estados Unidos estão recuperando a liderança no continente e suas prioridades, no presente momento, é, além da Venezuela, a Colômbia, Cuba e a Nicarágua. Do Brasil, cuidaremos depois, imaginam os estrategistas do caos! Certamente, quando será mais improvável demolir uma ditadura consolidada. 

Vale lembrar que a China divulgou, neste exato momento,  seu plano estratégico para a América do Sul e Caribe, contendo trinta páginas, distinguindo a região como “essencial para a multipolaridade global”. Trump precisa dar atenção à advertência de Friedrich Hayek: “a liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”.

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