O DIA D

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O DIA D

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, em si, e sob qualquer ângulo é o Estado em sua forma bárbara e primitiva. Mais nada a comentar. Importa um esforço de compreensão sobre o quadro político envolvente, o qual suscita uma reviravolta de larga extensão, em virtude dos novos e significativos acontecimentos, finalmente revelados.
Os fatos, conhecidos como Lava Toga, são uma verdadeira confirmação das mais torpes violações dos direitos humanos, praticados pelo ministro já sancionado pela Lei Magnitsky, através do sistema operado para esse fim, sob as suas ordens. A livre manifestação do pensamento, exarado em páginas privadas das redes sociais, passam a ser certidões de bom ou mal comportamento ideológico e prova para atitudes antidemocráticas e prisões arbitrárias! 
Estarrecedor foi o depoimento, enriquecido por uma montanha de documentos comprovatórios, do ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mike Benz, prestado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados do Brasil, revelando, sobejamente, a interferência do governo americano em eleições brasileiras, numa afronta desmedida à soberania nacional e que, sem dúvidas, desfigurou o processo eleitoral e político do país.
A “rebelião” parlamentar da última semana paralisou completamente os trabalhos das duas casas do Congresso Nacional, configurando um acontecimento inédito e corajoso do parlamento brasileiro, um levante pelas reivindicações mais lídimas do nosso povo em favor da anistia dos presos políticos e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. 
O governo norte americano mantem-se firme e coerente com seus compromissos internacionais  e não terá clemência com violadores dos direitos humanos, permanecendo, através de  declarações de funcionários do Departamento de Estado, “monitorando” a observância das sanções concernentes à Lei global Magnitsky e disposto a implementá-la a todos, autoridades do poder judiciário ou executivo, que manifestem apoio ou alguma forma de parceria para contrariar as punições previstas.
Na contramão desses fatos, o ministro Alexandre de Moraes segue a rota que conduz o país ao abismo. Seu objetivo explícito é arrastar os seus pares às mesmas penalidades a que internacionalmente está sujeito e o governo lulista desespera-se como uma barata tonta. Nele não faltam ingredientes característicos de tibieza e medo!
Num quadro como este aqui descrito, é necessário refletir nos entraves interpostos, a despeito do louvável esforço parlamentar. Considero, contudo, a possibilidade de ultrapassa-los, a se confirmar os acordos de bastidores envolvendo a votação da anistia ampla, geral e irrestrita na próxima semana e, principalmente, o fim do fórum especial, que tem seus dias contados. Principalmente o fórum por exercício de função, uma autêntica alforria para senadores e deputados que têm o rabo preso no STF.
Em relação ao STF e as diretrizes emanadas do poder executivo, muitas águas vão rolar até que se possa ver sinais mais evidentes desta decantada divisão entre os ministros, tão propalada pela imprensa. A boa e a má! É que “a algo de podre no reino da Dinamarca”. Ainda falta muita coisa para destampar a panela, afinal a concordância servil às ordens de Moraes nunca foram simples anuência aos seus diatribes jurídicos e seus repetidos crimes contra os direitos humanos. Afinal, Montaigne, desde 1592, já chamava a atenção que “as palavras pertencem metade a quem fala, metade a quem ouve”.
Notável é ver um tribunal superior não compreender, sobretudo quando mergulha nas trevas sombrias da mentira e do autoritarismo, que a verdade brota do tempo histórico, sem compromissos com a autoridade e que traz embutida dentro da alma corrompida as sementes de sua própria destruição.
O dia D enche as praias de heróis anônimos, as  embarcações trazem na proa a bandeira  da Democracia e os que estão na popa costuram as mortalhas da morte anunciada!

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