O SEPULCRO CAIADO

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O SEPULCRO CAIADO

Ai de voz escribas e fariseus hipócritas, com esta frase demolidora, Cristo recomendou tingir os túmulos dos fariseus com cal branco, a fim de que suas impurezas fossem devastadas pela terra. O mesmo se pode dizer de Alexandre de Moraes e sua trupe, toda ela denunciada por ele próprio como a ralé responsável e solidária pelos mesmos crimes, por ele praticados. 
A fúnebre sessão plenária do STF, realizada nesta quinta feira, tinha a finalidade de expressar a solidariedade dos ministros supremos, ao ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky, aprovada nos Estados Unidos, em 06 de dezembro de 2012, por ampla maioria dos Representantes na Câmara dos Deputados por 365 votos, cujo objetivo é punir estrangeiros que cometeram graves violações dos direitos humanos, em qualquer parte do mundo. Nessa ocasião, o ministro alvo da solidariedade deveria apresentar sua defesa perante seus pares, refutando as acusações que deram causa ao seu enquadramento em crimes praticados por juízes, traficantes, autoridades, criminosos de guerra em dezenas de países do mundo.
Em discurso recheado de ódio, acusações, ameaças e sobretudo antecipação da sentença que deverá proferir em processo que figura como relator, vítima, promotor e acusador, revelou, desde já, seu voto pela condenação dos réus no que ele inclui na tentativa de golpe de estado. 
Todavia, essa não é a impressão mais profunda que ele deixa bem marcada nos seus ouvintes. Ao invés de defender-se da grave acusação de violador dos direitos humanos desfilou, primeiramente, a sua narrativa, sem nexos ou evidências, sobre o imaginário golpe que seria praticado por uma organização criminosa que, na verdade é um partido político ou uma corrente de pensamento na vida política do país, hoje perseguido e com seus direitos eliminados. Longe de  justificar –se há justificativas para crimes tão hediondos – as violações dos direitos humanos impostos aos mais de dois mil presos políticos, a morte consentida de preso sob a custódia do Estado, as prisões preventivas arbitrárias por longo tempo de pessoas inocentes, as truculências e  ameaças a pessoa de  delator fabricado pelo medo, preso submetido a tortura física e moral em caso do conhecimento público, bloqueio de contas bancárias de dezenas de pessoas e seus  familiares, a ilegal retenção de passaportes de pessoas sem condenação ou mesmo processo, entre outros procedimentos típicos de tortura moral.
É inegável, contudo, que o indigitado e pornográfico ministro, de modo às vezes sutil, outras vezes escancarada, mas sempre de modo a compartilhar com outros ministros do que ele já chamou de “seu tribunal”, as responsabilidades pertinentes aos mesmos crimes de violação dos direitos humanos, na medida que insistiu em lembrar que suas  decisões e seu projeto mirabolante de  golpe de  estado contou com a anuência do  colegiado, principalmente da primeira turma.
É claro, ele não quer sozinho para o quinto dos infernos!
Ouço bem nítido o vaticínio de Shakespeare, em Hamlet: “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Algo que precisa ser esclarecido, a fim de compreender o silencia mortuário de um tribunal tão falante, onde tão poucos se manifestaram em relação à solidariedade que não veio e porque tantos no Governo brasileiro e o no tribunal defensor da Democracia permitam que o país perca o respeito do mundo, assista sem nada fazer a debacle econômica que não tardará e as elites dirigentes se conformam com o desastre anunciado.

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