José Medrado

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Não é novidade alguma que o Supremo Tribunal Federal tem protagonizado decisões sobre os rumos econômico, político, social e até moral do país. Não me sinto com domínio de saber para avaliar as decisões, pois sou apenas um leitor de comentários, análises e notícias que dão voz à certeza de que a Corte maior do Brasil está dividida e gerando muitas controvérsias e até há  quem se refira à usurpação de poderes, principalmente do Legislativo. Nessa esteira se estabelece o questionamento da legitimação da própria escolha e até do tempo de permanência (vitalício) dos ministros componentes do STF. Questionam-se, inclusive, que tais nomeações passam, não sei se feliz ou infelizmente, pelos caminhos dos arranjos políticos. Tanto assim, que o atual presidente da Suprema Corte sempre é sempre lembrado, porque não conseguiu lograr aprovação alguma, em concurso público para a magistratura. Talvez essas questões juntas e misturadas, fizeram centenas de pessoas caminharem pelas ruas do Brasil, pedindo o impeachment de um dos seus ministros, Gilmar Mendes. Não creio que seja apenas por conta da modificação de entendimento quanto à prisão em segunda instância. Ele se tornou um símbolo do que a sociedade quer mudar, na Suprema Corte.

Aprendemos desde há muito na escola que os Poderes da República são independentes e harmônicos entre si, mas há atitudes, em especial do Judiciário, que têm surpreendido a todos, como, por exemplo, o pedido do presidente do STF ao Banco Central, para que mande a ele mais de 600 mil movimentações financeiras de contribuintes que não estão, necessariamente, sob investigação. Depois afirma, o mesmo presidente, que não abriu arquivo algum, que só gostaria de saber como funciona o trânsito das informações. Não seria mais pragmático perguntar explicitamente isso? Soa mal, fica algo estranho no ar, uma espécie de ameaça velada, não sei a quem ou ao quê? Pode não ser, mas que parece alguma intimidação, lá isto parece.

O povo começa a esboçar reações aqui e ali, para daí formar uma grande onda, não demora.

Lembro-me quando das manifestações de 2013 fui chamado, ao lado de outros líderes religiosos, para uma reunião com o governador, na época Jaques Wagner, a fim de darmos as impressões sobre o que estaria acontecendo. Lembro-me bem, e aí sem ser melhor que ninguém, que fui o único a dizer que tudo aquilo tinha a ver com os políticos, apontei, voz solitária, que era um eco contra a corrupção, desmandos...parece que ainda não estão ouvindo. Geralmente, ao que parece, eles só gostam de ouvir músicas de bajulação.


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