Patrícia Salles

O Diabetes Mellitus Gestacional é a disfunção metabólica mais comum da gravidez! 

É a intolerância aos carboidratos que se inicia durante a gestação, e atenção: não preenche os critérios diagnósticos do Diabetes Mellitus franco. 

Toda mulher na primeira visita pré natal deve dosar a sua glicemia:

Glicemia >=126mg/dl ou hemoglobina glicada>=6.5% = Diabetes Declarado , ou seja, pessoas que já tinham o diabetes e foi diagnosticado na gravidez.

Glicemia>=92mg/dl - fazer o Teste Oral de Tolerância a glicose(TOTG) para avaliar se é diabetes gestacional ou prévio.

Se na primeira visita a glicemia<92mg/dl, em torno da 24-28 semana deve-se fazer o teste oral de tolerância a glicose (TOTG), para complementar a investigação. 

Grupos de risco para DM gestacional: obesidade, fumo, mal formação fetal prévia, aborto ou parto prematuro prévio, história familiar de Diabetes Mellitus tipo 2, filhos prévios acima de 4kg ou abaixo de 2.5kg ao nascer, ganho de peso excessivo durante a gravidez.

Mulheres com Diabetes gestacional: a dieta e o exercício físico são fundamentais!

 Em caso de não controle adequado da glicemia em 2 semanas, deve começar o uso de medicamento!

 Controle do Diabetes Gestacional: glicemia de jejum menor que 95; 1h após a refeição menor que 140; e 2h após a refeição menor que 120. 

Atenção: mulheres que tiveram esse diagnóstico devem realizar um novo TOTG 6 semanas após o parto! E acompanhar anualmente com a dosagem da glicemia de jejum, pois apresentam um risco elevado de desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2. 

Quer evitar o Diabetes Mellitus tipo2: evite a obesidade, faça exercício físico, evite açúcar e gordura saturada em excesso!

Outra glândula importante na gravidez é a tireóide. Muita gente tem dúvidas em relação a doenças da tireoide e gravidez. Separei algumas dúvidas comuns para esclarecer para vocês. 

1- Mulheres com hipotireoidismo não podem engravidar!

Mito!! Doenças da tireoide não tratadas podem levar a problemas de fertilidade em ambos os sexos.  As pacientes que apresentam deficiência grave da tireoide, de duração prolongada, têm menor chance de engravidar ou, quando concebem, de manter a gravidez. Estudos mostram que 2,3% das mulheres com mais de um ano de infertilidade têm hipotireoidismo. Já 69% das pacientes têm disfunção ovulatória. Mas observa-se que 64% engravidam após receberem o controle adequado¹. Caso a mulher já tenha sido diagnosticada com hipotireoidismo e venha controlando a doença, as chances de engravidar e ter uma gestação saudável são iguais as de uma mulher que não tenha a doença.


2-Hipotireoidismo pode ser detectado pelo Teste do Pezinho!

Verdade! Retira-se uma gota de sangue do pé do bebê no terceiro dia de vida. O exame ajuda a verificar se a tireoide do bebê está funcionando bem, além de atestar a ocorrência de outras doenças. Se o hipotireoidismo congênito for controlado de forma adequada e precocemente, a criança leva uma vida normal.


3- Hipotireoidismo é muito perigoso durante a gestação!

Verdade! Para uma gravidez tranquila é essencial que a glândula funcione direito, especialmente nas 12 primeiras semanas, período em que alguns hormônios da futura mãe diminuem e outros passam a ser fabricados, a placenta começa a se formar e o bebê desenvolve seus principais órgãos. "Por outro lado, a falta de cuidado com o hipotireoidismo pode causar parto prematuro, defeitos neurológicos, QI abaixo do normal, surdez e até aborto", diz Laura Sterian Ward.

4- Deve-se tomar iodo durante a gestação!

Mito! A indicação de suplementação deve ser individualmente avaliada, levando em conta alimentação e outros fatores. Alguns dos suplementos vitamínicos oferecidos às gestantes contêm pequenas quantidades de iodo. 

O acompanhamento médico, junto com a alimentação adequada e a prática regular de exercícios físicos, é a melhor receita para uma gestação saudável! 

Patricia Salles é médica endocrinologista


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