Trump e o respeito que o Brasil merece

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Trump e o respeito que o Brasil merece

Foto: Alan Santos/PR - Agência Brasil

Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações criticando decisões do Judiciário brasileiro, como se tivesse autoridade para opinar sobre o que acontece aqui. A resposta do Presidente da República foi clara: o Brasil é um país soberano, e nossas instituições devem ser respeitadas. Esse tipo de interferência não é apenas descabida — é perigosa. Quando alguém de fora tenta influenciar ou deslegitimar o funcionamento da nossa Justiça, está, na prática, dizendo que o Brasil não sabe cuidar de si mesmo. É como se fôssemos menores de idade diante de uma "potência" que se acha dona do mundo.

Desde os tempos antigos, filósofos como Jean Bodin falavam da soberania como o direito que um país tem de se governar sozinho, sem receber ordens de fora. Mais tarde, Kant afirmaria que a paz só existe quando cada povo é respeitado em sua autonomia. Ou seja: não se constrói democracia com dedo estrangeiro apontando e julgando o que acontece do lado de cá. O mais grave é que essa fala de Trump alimenta um discurso que desrespeita o Judiciário brasileiro e lamentavelmente é aplaudido por questões meramente ideológicas, sem pensar o contexto de nacionalidade, de verdadeiro patriotismo.

Pode-se criticar decisões, claro — mas dentro do país, com argumentos, nos caminhos legais. Quando um presidente estrangeiro tenta colocar a opinião dele acima da nossa Justiça, o que ele faz é desvalorizar nosso sistema, como se aqui fosse terra sem lei.

É importante lembrar o que dizia Montesquieu: quando os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) não são respeitados, a liberdade das pessoas fica ameaçada. E quando se tenta usar influência política para desacreditar juízes e tribunais, o que está em jogo não é só um julgamento — é a própria democracia. Por isso, a resposta do presidente brasileiro foi mais do que uma frase forte: foi um posicionamento necessário.

O Brasil tem leis, instituições e um povo que luta por justiça. Não precisamos da opinião de líderes estrangeiros tentando pressionar ou manipular nossas decisões. Não se trata de ideologia, mas de dignidade nacional. Defender a soberania é lembrar que o Brasil não está de joelhos para ninguém — e que nosso futuro deve ser decidido aqui, por nós.

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