José Medrado

Em um setembro de 1994, um jovem americano de 17 anos, Mike Emme, se suicida dentro do seu mustang amarelo. No velório seus amigos e parentes distribuem fitas amarela, que tomaram o mundo, transformando-se no setembro da mesma cor, no Brasil a iniciativa foi da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) conjuntamente com o Conselho Federal de Medicina. O Brasil, infelizmente, tem criado uma marca muito triste de número de suicídio: mais de 12 mil por ano, no mundo são mais de 1 milhão. 

As pessoas, apesar do número crescente de redes sociais, de uma comunicação com o outro facilitada pela tecnologia, estão, segundo pesquisas que apontam para uma espécie de solidão compartilhada. O professor de psicologia positiva, Tal Bar-Shahar, da Universidade de Harvard, desenvolve estudos que buscam fornecer às pessoas caminhos, reflexões como serem mais felizes e alegres, apesar da própria vida que têm. No seu best-seller Bing Happy (Sendo feliz), um ponto-chave para o qual ele chama a atenção é que as pessoas estão associando a felicidade a uma espécie de infalibilidade de conquistas, de concretização de sonhos e metas, afirmando que “não precisa ser perfeito e se ter tudo para ser alegre e feliz”. Comenta, ainda, que as pessoas estão desenvolvendo uma espécie de meta para os outros e não para si mesmas, pois o importante é mostrar que é mais feliz e possui o que em geral pode ser objeto de cobiça dos demais. 

O professor Bar-Shahar não trás fórmula mágica alguma, mas reflete sobre o que sempre se soube, mas agora em argumento acadêmico: “O segredo parece estar em aceitar a vida tal como ela é, o que não significa passividade, mas conciliação do que se pode mudar com o que não se pode mudar, adaptando-se, ajustando-se.”. Afirma ainda que esta concepção de vida libertará a pessoa do permanente medo do fracasso, da desaprovação dos outros e das expectativas criadas em torno delas mesmas, muitas vezes por estímulo do prisioneiro da sua própria ilusão. 

A certa altura da sua narração, o professor chega afirmar que há situações da e na vida que não adianta reclamar e sim passar, esperar, como não adianta a gente se queixar que a lei da gravidade fez cair no chão o pote de doce. Alegria e felicidade sempre dependerão de um estado mental não de se acumular coisas. 


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