José Medrado

O atacante brasileiro, mega sucesso mundial, dentro e fora do campo passa alguns perrengues, talvez até inadequação quanto à questão racista. Nesse domingo ele  foi expulso nos minutos finais do jogo Paris Saint-Germain para o Olympique de Marselha, no qual perdeu de 1 x 0. O brasileiro deu  um tapa no zagueiro espanhol Álvaro González, a quem acusou de racismo. O espanhol o haveria chamado de macaco. Já no primeiro tempo Neymar já o tinha acusado de ofensas racistas.

É possível que o atacante brasileiro tenha agora, mas, talvez, do que nunca, sentido o que significa racismo, ou mesmo racista e tenha entendido esta questão de forma estrutural. Certamente, ele cresceu e revisou conceitos, pois quando tinha 18 anos e atuava pelo Santos, o craque deu entrevista à jornalista Sonia Racy, do Estadão, quando veio a incômoda pergunta: “Já foi vítima de racismo?”. O atleta respondeu: “Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?”. Era a imaturidade falando e talvez um processo de autodefesa.

Não há como fazermos juízo de valor sobre comportamentos, pois o desencadear de uma reação significa processo cumulativo desaguado de muitas vertentes do momento da pessoa. Nunca uma ação é pura e simplesmente motivada pelo último acontecimento, por algo pontual e específico, pois sempre haverá o histórico vivido naquela circunstância específica ou, repito, por acúmulo catalisador de diversas questões. Assim, Neymar reagiu e claro os seus milhões de fãs, seguidores vão vibrar, afinal ele reagiu a um ato racista, inclusive porque ainda este ano, foi muito cobrado por não ter dito nada sobre o mundial movimento Black lives matter, Vida negras importam. Após o que o  atleta postou uma imagem totalmente preta em sua conta no Instagram acompanhada da mensagem: "Black lives matter #blackouttuesday". Na foto seguinte ao quadro preto, Neymar postou uma tatuagem que tem em um dos braços, na qual e lê a palavra fé.

O fato é que se não houver reação, a omissão funcionaria como adubo da infâmia, fazendo crescer esta peste racista, por outro lado, no entanto, a reação com violência tira a força da argumentação, no já estabelecido  senso comum que se perde a  razão. Neymar errou, entendo, na forma de reagir, mas não se omitiu, não fingiu que nada aconteceu. 

 


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