Violência, Bolsonaro e Moro

Monitor da Violência afirma que houve uma queda de mais de 20% de mortes violentas em todo o Brasil, comparando com o mesmo período do ano passado, em todas as regiões. É verdade, por outro lado, que apesar da redução ainda há muito para se fazer, pois no nosso País uma pessoa é morta violentamente a cada doze minutos. De janeiro a junho foram mais de vinte e uma mil pessoas assassinadas, para se ter uma ideia é o mesmo número de pessoas mortas todo o ano passado na guerra civil da Síria.

Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que, naturalmente, há um papel de política pública que interfere nesta diminuição, mas também, analisa, ainda, que, da mesma forma que houve uma explosão da violência em 2017, acontece agora uma espécie de acomodação das brigas entre fracções, por força de gestões mais proativas nos Estados. É também óbvio, como afirma o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que se o índice é o mesmo em todo o País, certamente são ações federais que também auxiliaram no processo. No Nordeste foi registrada a maior queda dos homicídios, os especialistas asseguram que a tecnologia e a troca de informações entre as Secretarias de Segurança Pública dos Estados-membros certamente contribuiu para aferição dos índices positivos.

É possível, e aí a especulação inclusa, que esses índices foram comentados, analisados na conversa reservada que o presidente Bolsonaro teve, às portas fechadas, com o ministro Sérgio Moro, depois semanas de fritada, o presidente resolve mudar o tom e elogiar o ministro mais popular da Esplanada, chamando-o, inclusive, de patrimônio nacional. Comenta-se ainda nos corredores das fofocas e disse me disse que o governador Dórea poderia estar de olho em Moro para compor uma chapa para fazer frente a Bolsonaro, nas eleições de 2022. Tudo neste mundo é possível, principalmente no da política.