José Medrado

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O Brasil lamentável e tristemente ocupa a primeira posição no mundial em assassinatos de pessoas LGBTQIA+. No ano passado foram 256 pessoas assassinadas ou cometeram suicídio a cada 34 horas no país. Os dados, que se baseiam em divulgação do Grupo Gay da Bahia (GGB), mostram um número é inferior ao de 2021, mas ainda se mantêm absurdos. Das regiões do Brasil, o Nordeste é considerada a mais violenta para o grupo, com 43,3% das mortes, e a Bahia amarga a primeira posição neste ranking de violência e morte, com 27 assassinatos, ou 10,54% do total, seguida por São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais. O levantamento evidencia, ainda, que os gays foram 52% das vítimas, seguidos pelo grupo formado por travestis e transsexuais, com 42,96%. A maioria das mortes foi de pessoas jovens, com idade entre 18 e 29 anos (43,7%). O GGB chama atenção que travestis, transexuais e transgêneros são assassinadas antes de completar 40 anos: das 110 vítimas, 83% morreram entre os 15 e 39 anos, como noticiou O Globo.

​O curioso nisso tudo é que a homofobia, transfobia pode ter muito mais a ver com os fóbicos do que com as vítimas de sua violência. O The New York Times publicou em 2012 um artigo com uma manchete que gerou acolhimentos e protestos, nela havia a possível indicação de que homofobia poderia de alguma forma estar ligada à homossexualidade. O texto trazia o resultado de inúmeras pesquisas que encaminhavam para essa assertiva. Naturalmente, que não alcança a todos que têm essa fobia, haja vista que pode ser produto, também, de educação familiar, crenças religiosas... mas o fato é que pode ser uma repressão de possíveis desejos, afirmou Freud. 

​No último dia 25, a Cidade da Luz foi anfitriã de um evento que tenta trazerdignidade para o grupo LGBTQIA+, intitulado Celebração do nome, por iniciativa do IBCM – Instituto Beneficente Conceção Macedo, em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, um grande número de pessoas puderam ter, em certificado, a retificação de prenomes e gênero. Impressionante a alegria, a felicidade daquelas pessoas, na conquista mais do que cidadania, da dignidade que a sociedade tanto destroça, persegue. Muito triste vermos em um país que se coloca como o mais cristão do mundo, e o é, ser o que mais persegue, mata, violenta pessoas trans. Quem entende?

 


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