2022: novos e velhos dilemas
Confira o nosso editorial desta segunda-feira (3)

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O ano de 2022 será intenso, não apenas pela corrida eleitoral que vai se acirrar de janeiro a outubro, mas também devido às expectativas legadas de 2021, cujos temas vão de pandemia a criptomoedas, passando por metaverso e corrida espacial e, claro, Copa do Mundo de futebol – em novembro no Catar.
É inegável a frustração coletiva, seguida de temores, em relação à persistência da Covid-19 entre a humanidade. Quando se esperava o fim da pandemia, o mundo é assombrado por uma nova cepa – a Ômicron – e parece que terá de conviver, daqui em diante, com uma endemia.
Inicia-se 2022 com um pouco mais de certezas quanto à Ômicron: uma variante menos letal, que aparentemente não afeta os pulmões. Tudo leva a crer que este ano será mesmo de mudança e chave no que diz respeito à doença do novo coronavírus.
Endemia, a possível nova fase desta história, é uma doença de causa e atuação local. Ela se manifesta com frequência em determinada região, mas tem um número de casos esperado – um padrão relativamente estável que prevalece. Se houver alta incidência e persistência de doença, pode ainda ser chamada de hiperendêmica.
Além disso, as vacinas já estão amplamente disponíveis e há um terceiro elemento ainda mais crucial, apesar de ainda não ser realidade: os tratamentos antivirais em comprimidos que devem entrar em cena ainda no primeiro semestre do ano.
E por falar em hiper, hiperdinâmico já é o Brasil envolvo nas previsões e perspectivas do que será o pleito – em outubro, em primeiro turno – para presidente, deputados, senadores e governadores).
Os ânimos há tempos estão acirrados para se evitar mais uma polarização extrema, como nas eleições passadas, mas a famigerada – e ainda insossa – terceira via terá que ganhar sustância neste início de 2022. Mas, de qualquer forma, será um ano de muitas disputadas e brigas em nome de Lula e Bolsonaro, com Moro no corner, querendo fazer parte da peleja principal.
Em paralelo, mas não em um mundo paralelo, existe a expectativa em 2022 para comprovar que algumas coisas vieram para se perpetuar – ainda mais: provocar novos paradigmas na contemporaneidade.
Como as criptomoedas, e agora os NFTs (o padrão tecnológico para ativos digitais exclusiv0), que ganham gradativamente novos adeptos, apesar de ser uma modalidade de transação financeira ainda bastante elitista.
O fato é que 2022 já começa com mais de 100 bilhões de dólares comprometidos em contratos vinculados a moedas virtuais e uma regulamentação desta cadeia econômico deve começar a ser rascunhada.
E o metaverso, este espaço on-line compartilhado por pessoas que utilizam tecnologias como realidade virtual e realidade aumentada para interagir com o próprio espaço, começa a ser populado exatamente – e principalmente – com criptomoedas.
O ambiente é, ainda, a aposta de grandes marcas e personalidades importantes. Ou seja, será tendência, vai ser fetiche de consumo.
Mas 2022 carregará temas mais amenos, no entanto, igualmente intensos, que movem paixões, discussões e suposições. Sobre o tema espaço, NASA, Índia, Japão, Rússia e Coréia do Sul trabalham em missões para mandar o homem de novo à lua. Na mesma frequência, China planeja lançar sua primeira missão solar ainda em janeiro. E futebol, bem, pode ser o que resta de diversão no mês de novembro num 2022 com tensões políticas, Covid-19 entre nós e economias globais em busca de redenção.