41 milhões de lares devem fazer parte das classes D e E até o fim do ano

Segundo estudo, crise gerada pelo coronavírus gera dificuldades para o melhoramento das condições sociais

Por Da Redação
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41 milhões de lares devem fazer parte das classes D e E até o fim do ano

Foto: Reprodução/Getty Images

A recessão provocada pela pandemia do coronavírus, que atingiu uma economia já fragilizada e com baixo crescimento, vai empurrar milhões para a camada social mais pobre do país. Além de dificultar ainda mais as condições de vida de uma parcela significativa da população, a crise deve impedir que parte dos brasileiros tenha oportunidades de progredir socialmente. 

Em 2020, de acordo com um estudo realizado pela consultoria Tendências, 3,8 milhões de domicílios devem passar a engrossar as classes D e E por causa da piora da economia. Ao todo, cerca de 15 milhões de brasileiros (o equivalente ao número de habitantes da Bahia) terão uma piora em suas condições sociais e devem passar a ter uma renda domiciliar inferior a R$ 2,5 mil.

Antes da crise, a Tendências já esperava uma piora do quadro, devido ao cenário de baixo crescimento econômico. Mas a expansão das classes D e E seria bem menor: uma alta de 600 mil domicílios. Ainda segundo o estudo. Aproximadamente 41 milhões de lares estarão nas classes D e E até o fim do ano.

Mobilidade Social

A crise também está inviabilizando a ascensão da população brasileira para novas classes sociais. Uma parte do aumento das classes D e E é explicada por novos domicílios que se formam automaticamente nesse grupo, e que, por causa da crise, não conseguem melhorar o padrão de vida.

Essa dinâmica fica evidente no comportamento da renda dos mais pobres. A Tendências estima que a massa de renda das classes D e E suba 6,8% este ano, mas este aumento se dará pelo efeito pontual do Auxílio Emergencial. Sem ele, o quadro seria ainda pior.

Logo, o auxílio ajudou a mitigar as perdas para os mais pobres, mas não foi capaz de promover uma melhora na pirâmide social do Brasil. Para as demais classes, ele não é capaz de evitar uma piora e todas devem passar por uma redução em sua renda.

A massa de renda dos mais pobres pode crescer ainda mais neste ano, já que a projeção realizada pela Tendências trabalha com o cenário de término do auxílio neste mês. Porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já sinalizou que o programa deve continuar até o fim do ano e, posteriormente, ser substituído pelo Renda Brasil. 

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