47% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, diz pesquisa

O perfil é de mulheres negras (52%) que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%)

Por Da Redação
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47% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, diz pesquisa

Foto: Reprodução

Uma pesquisa do LinkedIn em parceria com a consultoria Think Eva mostrou que 47% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho. O levantamento identificou um perfil predominante entre as profissionais assediadas: a maior parte é de mulheres negras (52%) que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). No que diz respeito aos cargos, a maioria ocupa posições hierárquicas menores: assistente (32,5%), pleno ou sênior (18,6%), estagiária (18,1%) e júnior (13,4%). Apesar disso, mesmo entre a minoria que ocupa posições de liderança, o índice de relatos de assédio é alto: 60% das gerentes e 55% das diretoras mencionam já ter sofrido assédio sexual. 

A pesquisa também indica que as mulheres têm consciência da importância de debater e expor o tema. A maioria das participantes (51,4%) afirmou conversar sobre o assunto com frequência e 95,3% sabem definir o que é assédio sexual no trabalho. Os incidentes mais frequentes são a solicitação de favores sexuais (92%), contato físico não solicitado (91%) e abuso sexual (61%). 

Segundo a pesquisa, quando o assédio acontece, um terço das vítimas (33%) afirma não ter feito nada em relação ao episódio; 50% contaram para alguém próximo e 14% pediram demissão. Apenas 5% recorreram à área de recursos humanos e 8% procuraram sistemas de denúncia anônima da empresa. Dentre as barreiras citadas para denunciar estão a impunidade (78%), descaso (64%), medo de exposição (64%), descrença dos outros (60%), medo de demissão (60%), medo de ser culpada (41%), falta de certeza sobre se o ocorrido foi assédio (27%) e sentimento de culpa (16%). 

Para Alice Oleto, professora do Insper e do Centro Universitário Unihorizontes, autora de uma tese de mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre assédio sexual no trabalho, "apesar de muitas organizações terem interesse em trabalhar em ambientes considerados seguros e respeitosos, as políticas para combater o assédio ainda não são adequadas. Para melhorarem, as empresas precisam, primeiro, saber identificar o que é o assédio para conseguir evitá-lo. Além disso, é necessário que elas tenham ciência da complexidade desse tipo de violência laboral. Só assim serão capazes de desenvolver ferramentas para prevenção ou extinção desse mal."

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