A alegoria da cegueira

Confira coluna completa de Marcelo Cordeiro

Por Da Redação
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A alegoria da cegueira

Foto: Divulgação

No seu livro Ensaio sobre a Cegueira, o renomado romancista José Saramago, descreve uma cidade cujos habitantes foram acometidos de uma terrível “cegueira branca”, que os impedia de ver a decadência que nela se abatia.

O próprio autor revela que é “um livro brutal e violento e é uma das experiências mais dolorosas da minha vida”. Nela o ser humano expõe suas misérias e sua falta de solidariedade e compaixão, destroçando todos os elevados sentimentos humanos.

Não é possível deixar de ver este fenômeno se abater sobre nosso país nos dias de hoje. A indiferença e a cegueira tomou conta da alma política e social do Brasil. As camadas dirigentes da sociedade brasileira parecem alheias às verdades e aos fatos que saltam aos seus olhos. Se deixam levar, sem oferecerem qualquer resistência, à rota nefasta e irresponsável a que estão sendo conduzidos.

Há meses o país debate-se com sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos da América, envolvendo tarifas elevadas às exportações brasileiras destinadas ao país norte americano e punições de alto teor às suas autoridades judiciais e governamentais.

Para tratar deste assunto, o caminho natural e recorrente no âmbito internacional é o da negociação diplomática, como procedem outros países na mesma situação em que nos encontramos.

As negociações, contudo, não avançaram entre esses governos, sob a alegação de que o presidente Trump, dos EUA, não desejava tratar do assunto com o presidente brasileiro. Tal entrave foi desfeito pelo próprio presidente norte americano, ao se referir a Lula da Silva com palavras amenas e o convite explícito para o diálogo.

Cai por terra essas pretensas incompatibilidades quando o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, encontrou-se em demorada reunião, como Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e, sem entrar no mérito da reunião, lançaram nota conjunta na qual e sem maiores detalhes, combinam um encontro pessoal entre os dois presidentes.

Espera-se que este tête-a-tête realize-se na Malásia, onde estarão presentes os dois presidentes. Espera-se também que o presidente brasileira cessasse de proferir ofensas, diatribes e impropérios contra Donald Trump no ínterim desta prevista reunião.

Não foi o que aconteceu. Lula da Silva não poupou palavras, consideradas intoleráveis para os EUA, como por exemplo, o fim do dólar nas transações comerciais entre países do mundo.

Foram muitas as questões levantadas por Lula da Silva, todas altamente explosivas e alheias ao contencioso atual. Essas questões destinam-se a azedar, mais do que já estão, as relações dos dois países. O que se depreende é que Lula da Silva não pretende chegar a um bom termo nas negociações previstas.

Lula despreza os interesses nacionais e joga para aprofundar as diferenças, já muito graves, que separam o Brasil dos Estados Unidos. É inconcebível que se faça vistas grossas a essa realidade e não se perceba que a meta de Lula é o rompimento com os Estados Unidos, fato que fará dele o substituto de Hugo Chaves, o que Maduro não foi capaz de fazer.

Soou o momento que toda a Nação é convocada a uma reflexão profunda, a fim de romper com a esquizofrenia reinante e dar ouvidos às sábias palavras de Sigmund Freud: “é necessário que estejamos prontos a abandonar um caminho que seguimos durante algum tempo, a partir do momento em que percebemos que ele não pode conduzir a nada de bom”.

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