A reunião da ex-presidente da República Dilma Rousseff e da deputada federal Gleisi Hoffmann, no começo de junho junto a líderes do Partido Comunista Russo, na Rússia, até então oculta no Brasil, mais do que um suposto envolvimento no caso dos vazamentos da Lava Jato por meio de reportagens do The Intercept, escancara a teoria do caos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Fora do Executivo nacional após mais de uma década de hegemonia, a legenda faz pouco causa para uma agenda positiva ao país, continua sedenta em fazer oposição sistemática e sequer é capaz de fazer publicidade de um evento com petistas na Rússia que, oficialmente, não era secreto. Escondê-lo, sequer citá-lo em qualquer rede social, no entanto, o torna, sim, suspeito.

O PT de hoje é incapaz de assumir um protagonismo na política nacional, como outrora, porque se perde em teorias da conspiração e se prende a obstruções equivocadas e inadequadas à realidade brasileira. Com a popularidade em baixa, ou melhor, em frangalhos, o partido certamente receberia de qualquer forma uma enxurrada de críticas, ofensas e suspeitas se divulgassem a visita de Dilma e Gleisi à Câmara Baixa da Assembleia Federal da Rússia, mas escondê-la foi ainda pior. Inevitável não relacionar esta visita quase secreta às acusações ventiladas no fim de semana pelo misterioso e já deletado usuário do Twitter, o Pavão Misterioso.

Assim como as denúncias de Glenn Greenwald pelo The Intercept contra a Justiça do Brasil e uma ultra-exposição do ex-juiz e agora ministro da Justiça, Sergio Moro, tudo ainda ronda o campo da suposição, mas com o nome do hacker russo Evgeniy Mikhailovich Bogachev no jogo, um procurado pelo FBI, as investigações se tornam urgentes. Aliás, investigar o outro lado também é prudente, afinal, é a Justiça e a democracia nacional na berlinda.

E afinal, quando é que o PT, Dilma ou Gleisi enfim comentarão sobre a estadia na Rússia nos idos de junho?