Acima da meta do governo, inflação encerra 2020 a 4,52%
Alimentos e bebidas foi o grupo que mais pesou no bolso dos brasileiros

Foto: Reprodução
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2020 com inflação a 4,52%. Esse foi foi o maior nível para um ano desde 2016, quando foi de 6,29%. O resultado ficou acima da meta do governo para o ano, que era de 4%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Em dezembro, a inflação acelerou 1,35%, após ficar 0,89% em novembro. Essa foi a maior variação mensal desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, e a maior para um mês de dezembro desde 2002, quando marcou 2,10%.
Alimentos
A alta de alimentos e bebidas foi o grupo que mais pesou no bolso dos brasileiros, com 14,09%. O aumento é o maior desde 2002 (19,47). Entre os produtos, os preços do óleo de soja e do arroz foram os que mais dispararam no acumulado do ano passado, sendo 103,79 e 76,01%, respectivamente.
Outros itens também tiveram altas expressivas:
leite longa vida (26,93%);
frutas (25,40%);
carnes (17,97%);
batata-inglesa (67,27%);
tomate (52,76%).
Em dezembro (1,74%), os alimentos apresentaram desaceleração frente ao mês anterior (2,54%). Contribuíram para isso a queda nos preços do tomate (-13,46%) e as altas menos intensas nos preços das carnes (3,58%), do arroz (3,84%) e do óleo de soja (4,99%), cujas variações em novembro haviam sido de 6,54%, 6,28% e 9,24%, respectivamente. Por outro lado, as frutas passaram de 2,20% para 6,73%.
Conta de luz e gasolina
A inflação de 2020 também foi puxada pelo grupo de Habitação, que registrou 5,25% e marcou com a alta puxada pelo aumento da energia elétrica em 9,14%. Outro grupo que teve impacto no bolso do consumidor foi o de Transportes, que segundo o IPCA, fecharam o ano com alta de 1,03%.