Advogado de ex-assessor de Bolsonaro é barrado no STF durante julgamento
Eduardo Kuntz disse ter recebido a negativa de entrada com “absoluta surpresa”

Foto: STF
O advogado Eduardo Kuntz, que representa Marcelo Câmara (ex-assessor de Jair Bolsonaro e réu na ação penal sobre o plano de golpe) foi impedido de entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2), quando teve início o julgamento do chamado “núcleo 1” da trama golpista.
À CNN, Kuntz relatou que recorreu ao presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin, para ter acesso às sessões desta semana. No pedido, o advogado afirmou ter viajado de São Paulo a Brasília exclusivamente para acompanhar o julgamento e disse que recebeu a restrição com “absoluta surpresa”, já que, segundo ele, participou de todas as etapas anteriores do processo sem impedimentos.
Antes de ser barrado, Kuntz declarou que pretendia acompanhar o julgamento para se preparar em defesa de seu cliente, integrante do “núcleo 2” da ação. “Eu espero um julgamento positivo, respeitando as garantias. Com análise dos processos, com a leitura de todos os depoimentos prestados, a expectativa é de confiança total no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
Marcelo Câmara está preso desde 18 de junho, acusado de descumprir medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a investigação da Polícia Federal e a denúncia da Procuradoria-Geral da República, ele teria monitorado autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes, além de tentar obter informações sigilosas da delação do tenente-coronel Mauro Cid.
A Primeira Turma do STF começou a julgar o caso nesta terça (2), com sessões também marcadas para os dias 3, 9, 10 e 12 de setembro. Entre os integrantes do “núcleo 1” estão Bolsonaro e aliados próximos, como os ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto, além do deputado federal Alexandre Ramagem e do almirante Almir Garnier.