Bolsonaro "não está com saúde" para acompanhar presencialmente julgamento do golpe, afirma Flávio

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta terça-feira (2), que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "não está com saúde" para acompanhar presencialmente seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-gestor é réu na ação que apura uma suposta tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.

"Ele [Bolsonaro] queria ir, mas, obviamente, não dá. Ele não está com saúde no momento para ficar lá bancando dez horas assistindo àquele teatro do Alexandre de Moraes com tudo já programado, manipulado, combinado", declarou Flávio a jornalistas no Senado.

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"Estive lá com ele [Bolsonaro] ontem. Ele está lá firme, mas está indignado com isso, que não dá para chamar de processo, já que foi manipulado desde o início por Alexandre de Moraes", pontuou Flávio.

O julgamento é realizado pela Primeira Turma do STF, composta pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cristiano Zanin (presidente da turma), Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Além de Jair Bolsonaro, outros sete réus são acusados dos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Ao criticar a ação penal, o senador ressaltou a defesa pela aprovação de um projeto de anistia “ampla, geral e irrestrita”. De acordo com Flávio, parlamentares do Congresso Nacional analisam um novo texto que deve ser apresentado nos “próximos dias”.

Flávio também revelou que a proposta deve ser debatida com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está em Brasília.

"Falo com ele [Tarcísio] todos os dias. Tem sido um grande aliado, uma pessoa que é leal ao presidente Bolsonaro, a todo momento está nos ajudando, ajuda na articulação, é uma grande liderança. E a gente vai estar junto hoje, também", pontuou.

Flávio não vai assistir ao julgamento do pai, devido a uma audiência na Comissão de Segurança Pública, da qual é presidente. O colegiado ouve, nesta terça-feira, o ex-assessor especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro.

Chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação durante o período em que Moraes presidiu o TSE, Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo vazamento de mensagens trocadas por servidores do gabinete do ministro.

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