Advogado é informado durante participação da CPMI que pai foi preso em operação da PF
O pai, André, é servidor afastado do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS), onde ocupou o cargo na diretoria de Benefícios do instituto

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
O advogado Eric Douglas Martins Fidelis foi informado nesta quinta-feira (13) sobre a prisão do próprio pai, André Fidelis, em operação da PF (Polícia Federal). Em depoimento realizado na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, o advogado foi avisado sobre a prisão pelo relator do colegiado, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
“Quero lamentar e lhe informar: o seu pai acaba de ser preso. Nós o convidamos, o convocamos, duas vezes. O seu André Fidelis mandou atestado dizendo que estava internado. Fugiu dessa CPMI. Se ele tivesse vindo prestar esclarecimentos, talvez não fosse preso”, afirmou o deputado durante a oitiva.
A prisão foi confirmada pela CNN junto a fontes da PF. Na oitiva, Eric Fidelis não realizou comentários sobre o assunto. O pai, André, é servidor afastado do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS), onde ocupou o cargo na diretoria de Benefícios do instituto.
Segundo as investigações da PF, existem indícios de relações financeiras entre as entidades associativas, pessoas e empresas ligadas a André. Nesta manhã, agentes da PF e auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram 63 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão preventiva e medidas cautelares para diferentes prisões em 14 estados e no Distrito Federal.
A ação integra a nova fase da Operação Sem Desconto, que revelou o esquema de fraudes no INSS a partir de descontos associativos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas.
No depoimento na CPMI, o relator disse que a prisão de André têm relação com a atuação do filho, Eric Fidelis. De acordo com o deputado, "não é justo, não é honesto, não é digno, o pai ser preso pelas ações do filho".
"Hoje [André Fidelis] foi preso e isso para ele significa que a jornada de cadeia vai ser muito longa. O que pode interromper esse percurso e contar com a ajuda da CPMI é a sua ajuda como depoente, esclarecendo os fatos. Ele está na cadeia porque muito do que foi imputado a ele passa pelo senhor [Eric Fidelis]", disse Alfredo Gaspar.
Eric presta depoimento na condição de testemunha. O advogado se recuou a responder a maioria das perguntas do relator. Ele justificou estar seguindo a orientação da defesa e que não poderia comentar fatos ainda em investigação.
Para comparecer ao colegiado, Eric teve o habeas corpus parcialmente acolhido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que lhe permite ficar em silêncio sobre fatos que possam implicar em autoincriminação.
"Sempre atuei de acordo com os princípios que regem a advocacia, de acordo com o que prega a ética do estatuto da OAB. A advocacia privada e uma função essencial à Justiça", afirmou Eric Fidelis na fala inicial.


