Agosto Dourado: amamentação previne doenças e reforça vínculo entre mãe e filho

Campanha incentiva rede de apoio e conscientização sobre o aleitamento exclusivo

[Agosto Dourado: amamentação previne doenças e reforça vínculo entre mãe e filho]

FOTO: Reprodução/Pixabay

Considerado o alimento mais completo para os bebês, o leite materno sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, previne doenças e fortalece o vínculo entre mãe e filho. Apesar da importância, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que apenas 39% dos bebês brasileiros são amamentados com exclusividade até os seis meses de vida. 

Por isso, a campanha Agosto Dourado incentiva o aleitamento materno e  orienta mães e pais sobre esse momento tão importante para o desenvolvimento infantil. A presidente da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), Dra. Ana Paz, explicou ao Farol da Bahia que o leite materno é insubstituível porque é um alimento totalmente natural com um alto valor nutricional e imunológico.

“O leite materno é um alimento biológico. Além de proteger as crianças de várias doenças infecciosas, o aleitamento também atua na proteção da mãe. Nesse caso, a amamentação pode prevenir o câncer de mama e ovário, osteoporose, obesidade, entre outras doenças. É importante alertar que o leite materno funciona como se fosse uma vacina, principalmente no início da vida”, afirmou a pediatra.

“O bebê recém-nascido nasce com uma quantidade muito pequena de anticorpos. Ao receber o leite materno, essa criança recebe anticorpos que são fundamentais para a saúde e ajudam na resistência e prevenção a doenças infecciosas como otite, pneumonia e gastroenterite. Então, é um leite que tem propriedades de diversas ordens. No início da mamada, por exemplo, tem mais água e no final tem mais gordura. Tudo que o bebê precisa nos seis primeiros meses de vida é receber exclusivamente o leite materno”, completou.

Embora seja necessária para o desenvolvimento saudável do bebê, a amamentação pode ser um desafio para muitas mamães. A pediatra, no entanto, alerta que desistir do processo não é o melhor caminho. “Sempre digo que a amamentação é um processo biológico e natural. Se você, por exemplo, faz xixi e sente dor, tem alguma coisa errada. Logo, a mãe que amamenta não deve sentir dor. Se ela sente dor de alguma forma ou se a amamentação causa fissura, precisa ver qual é a causa disso”, explicou Ana.

“A dica que eu dou para as mamães que estão amamentando é: trabalhar de forma preventiva. Por isso, é importante que essa mãe procure um pediatra para que ela seja orientada. A amamentação é uma coisa que não tem como ser terceirizada. Essa troca pele a pele é muito importante e fortalece o vínculo. É algo natural, mas não é fácil. Existem várias complicações no processo. A campanha Agosto Dourado também incentiva a rede de apoio e a informação", pontuou.

Dificuldade, conexão e amor

Mãe de duas crianças, Laís Vivas, de 25 anos, afirmou ao Farol da Bahia que enfrentou dificuldades para amamentar sua primeira filha, Olívia, que hoje tem dois anos. Apesar disso, ela contou que não desistiu e reforçou a importância da amamentação exclusiva. 

“De início a amamentação é um caos. Acho que isso acontece com muitas mulheres devido às fissuras, mastite e hiperlactação. No meu caso não foi diferente. Na amamentação da minha primeira filha tive bastante fissura e muito leite. Ela não dava conta e o leite ficava empedrado. Foi basicamente um mês assim, mas depois foi só amor”, relatou Laís. “Eu engravidei novamente e tive a chamada ‘perturbação da amamentação’, aquela sensação de agonia ao amamentar. Até que meu bebê nasceu, amamentei em tandem e sigo assim, ela com dois anos e cinco meses e ele com três meses”, continuou.

 


Laís amamentando seus filhos. - Foto: Arquivo pessoal 


Para Laís, amamentar é troca e conexão. “Além de fortalecer o vínculo mãe-filho, a amamentação também fortalece o sistema imunológico do bebê. Muita entrega, troca, conexão, paciência e amor. Para quem consegue, quer e pode amamentar só traz benefícios”, completou. 

A amamentação para Carol Duque, de 24 anos, também foi complicada. Mãe de um menino, ela afirmou que o primeiro mês foi o mais difícil. “Eu chorava e não conseguia fazer nada. Uma dor que, de verdade, não tinha explicação. Mas, apesar de tudo, não tem nada que explique a sensação que é a de olhar para o rostinho do seu filho e ver que ele está ali se desenvolvendo e ficando cada vez mais saudável. É a sensação de saber que ele está conseguindo se alimentar de algo tão natural e puro. É o amor, um amor que nunca tinha sentido na vida antes. Nada nunca vai conseguir explicar, concluiu Duque. 
 


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