Alcolumbre e Motta faltam evento de sanção do IR, em meio a tensões com o governo
Gleisi Hoffmann, ministra responsável pela articulação do governo com Legislativo, afirmou que a ausência deles na cerimônia "em nada ofusca" o apoio anterior à matéria

Foto: Andressa Anholete /Agência Senado, José Cruz/Agência Brasil
Os presidentes da Câmara do Deputados, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, decidiram não ir ao evento de sanção do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a lei em cerimônia nesta quarta (26), no Palácio do Planalto, com a presença de deputados e senadores. A proposta, apresentada pelo governo em março deste ano e foi aprovada no início de novembro, por unanimidade.
De acordo com a assessoria de Hugo Motta, ele não compareceria ao evento devido a uma "agenda intensa". Já a assessoria de Davi Alcolumbre informou que ele passaria a manhã em reunião com senadores.
No entanto, aliados dos dois informaram reservadamente que insatisfação com o governo é a real motivação das ausências.
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais e responsável pela articulação entre o governo e o Legislativo, afirmou que a ausência dos dois "em nada ofusca" a importância deles na condução do projeto.
" O Congresso Nacional teve sensibilidade, para compreender este objetivo. E por isso quero agradecer cada deputado, cada deputada, senador e senadora. Agradecer também aos presidentes Hugo Motta, da Câmara, e Davi Alcolumbre, do Senado. A ausência dos presidentes em nada ofusca a importante condução e apoio que deram a essa matéria", disse.
O Planalto chegou a criar um grupo em redes sociais com as equipes de Motta e Alcolumbre para organizar a participação dos dois. Equipes do presidente também ofereceram tempo de fala livre para discursos dos dois, mas a iniciativa não teve efeitos. A informação é da Globonews.
Pessoas próximas a Alcolumbre disseram que "não tem clima" para ato com o governo no momento. Já no caso de Motta, aliados afirmaram que o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, teria feito críticas a ele, afirmando que ele queria "roubar o protagonismo do governo".
Na Câmara, Hugo Motta rompeu politicamente com Lindbergh Farias. Motta também sabia da ausência de Alcolumbre e isso contribuiu com a decisão de não ir.
Um dos motivos principais da insatisfação de Alcolumbre é o fato do senador Jaques Wagner ter defendido mais de uma vez o nome de Jorge Messias ao STF.


