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Alerta a um precipitado volta às aulas

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Alerta a um precipitado volta às aulas

Confira a coluna desta sexta-feira (24)

Por Editorial , Erick Tedesco
Alerta a um precipitado volta às aulas
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Uma eventual volta às aulas presenciais nos próximos meses é assunto recorrente até mesmo em corredores de hospitais, entre diretoria e equipe médica. Um recente estudo da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) aponta que essa medida representaria um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco da covid-19. 

A Bahia é o quarto estado neste estudo da Fiocruz, que levantou o maior número absoluto de pessoas no grupo de risco que poderiam ser afetada. São Paulo lidera, com cerca de 2,1 milhões de adultos e idosos com crianças em casa, seguido por Minas Gerais (1 milhão), Rio de Janeiro (600 mil) e, enfim, Bahia (570 mil). 

O resultado do estudo trouxe mais números preocupantes. Quase 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos e mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população). 

Jovens são mais assintomáticos, mas e quanto aos pais, avós e tias com quem convivem? Podem levar a doença da escola para casa a um grupo que é mais suscetível ao vírus. 

Outro ponto relevante sobre o assunto é a impossibilidade de Estado, município ou qualquer entidade em garantir a total segurança dos estudantes no ambiente escolar no que diz respeito à higienização, não por incapacidade técnica, mas sim porque é da natureza dos mais novos em não cumprir o distanciamento, por exemplo. Eles mantêm contato mais próximo um com os outros, além de trazer material usado na escola para as casas.

Supostos casos de reinfecção também preocupam, seja no impacto de um retorno entre agosto ou setembro das aulas ou mesmo na flexibilização da quarentena. E isso é algo que ainda assombra os médicos. Uma hipótese é que talvez uma pessoa foi exposta a uma quantidade leve do vírus, e adquiriu apenas uma imunidade insatisfatória, ficando mais suscetíveis a um novo contágio.

Ter os filhos de volta às salas de aula, além disso, é colocar o corpo clínico em perigo. Equipes médicas de todo o Brasil mantêm um protocolo de distanciamento, de isolamento social, cumprindo medidas de higienização. A criança ou adolescente indo e vindo da escola para casa quebra estas medidas, por mais regrados que possam ser.

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