Alta da inflação: consumidor brasileiro compra menos e gasta mais

Comida e combustíveis são os produtos mais caros

Por Da Redação
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Alta da inflação: consumidor brasileiro compra menos e gasta mais

Foto: Getty Images

Em meio a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a inflação não dá trégua. Desde o ano passado, o consumidor sente no bolso o aumento dos preços de itens básicos, como comida, conta de luz e gasolina. De acordo com especialistas, devido à inflação, os brasileiros estão comprando menos e  gastando mais.  

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que, em junho, as vendas do varejo no país, em volume, caíram 1,7% na comparação com maio, uma retração forte e que surpreendeu boa parte dos economistas, que não esperavam números tão ruins para um mês em que o comércio e as principais atividades da economia já estavam em toada de reabertura. 

Por outro lado, o faturamento do setor no mesmo mês, também de acordo com o IBGE, subiu, com uma alta de 1,5%. Isso significa, ainda conforme especialistas, que os consumidores compraram menos coisas, e mesmo assim gastaram mais. E isso não necessariamente significa que os lojistas estão ampliando os lucros, já que os produtos da indústria estão chegando ainda mais caros para eles também. A perspectiva para o comércio até o fim do ano ainda é positiva, porque a circulação ainda deve aumentar e ajudar as vendas. 

Gasolina e alimentos

O reflexo da inflação no bolso do consumidor ficou ainda mais claro em dois setores básicos: alimentos e combustíveis. Os gastos nos supermercados cresceram 1,1% em junho, de acordo com a pesquisa de varejo do IBGE, mas com os brasileiros tendo comprado um volume 0,5% menor em produtos deles.

Em julho, os preços dos alimentos nas prateleiras ainda estavam 16% mais caros do que há um ano. Carnes, arroz e óleo de soja, alguns dos principais vilões do ano passado, seguem 34%, 40% e 84% mais caros, respectivamente, pelos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do IBGE.

Nos postos de gasolina, a distância entre o que o consumidor está pagando e o que está levando vem ficando ainda maior. Em junho, a receita subiu 0,8%, mas o total de litros comprados pelos motoristas, um consumo que vinha esboçando uma recuperação nos meses anteriores, caiu 1,2%.

Carne 

Devido a dificuldade, os consumidores estão não só comprando menos, como também pesquisando mais preços e substituindo o que conseguem. Pesquisas feitas pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostram que as vendas de marcas mais baratas de itens básicos como arroz, óleo e produtos de limpeza, que demoram a ser completamente retirados do carrinho, estão crescendo.

Os indicadores da Abras também apontam que a procura pelas carnes mais baratas está tomando o lugar dos cortes nobres, por exemplo, enquanto a busca por ovos está crescendo mais rápido que a de frango.

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