Altas da Selic geram prejuízos que pagaria Auxílio Brasil por três anos
Iniciado em março, o ciclo de alta da Selic elevou 7,25 pontos percentuais a taxa básica (de 2% ao ano para 9,25% ao ano)

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A trajetória de elevação, que gerou aumento na taxa básica de juros da economia brasileira em tentativa de domínio sobre o avanço da inflação, deve sobrecarregar a DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) em mais de R$ 250 bilhões. O montante pagaria as parcelas de R$ 400 do Auxílio Brasil, programa criado pelo governo para substituir o Bolsa Família, para 17 milhões de famílias brasileiras pelos próximos três anos.
Conforme o cálculo, a cada aumento de 1 ponto percentual dos juros básicos, o rombo nos cofres públicos fica cerca de R$ 35 bilhões maior. Iniciado em março, o ciclo de alta da Selic elevou 7,25 pontos percentuais a taxa básica (de 2% ao ano para 9,25% ao ano).
Segundo dados recentes do Tesouro Nacional, o impacto foi motivado pela composição da dívida pública brasileira, que ultrapassou R$ 5,373 trilhões em outubro. Esse total é 7,26% maior que o estoque de dezembro do ano passado (R$ 5,010 trilhões), quando a Selic figurava no menor patamar da história.
Nesse estoque total, os títulos ligados à Selic representam 36% do endividamento, o equivalente a R$ 1,938 trilhão, volume 11,4% superior ao registrado ao fim de 2021. Os títulos prefixados (28,85%) e os atrelados à inflação (29,3%) também estão na composição da dívida pública nacional.