Análise: Bahia coleciona erros ao longo do ano e vê queda como último ato para péssima temporada
Tricolor falha dentro e fora de campo e torna rebaixamento algo inevitável

Foto: Romildo de Jesus
Para tristeza dos milhares de tricolores, o Bahia foi rebaixado para a Série B de 2022. Porém, apesar da derrota de virada para o Fortaleza no Castelão, não dá para dizer que o jogo definiu a queda do time baiano. Confira algumas situações que justificaram o rebaixamento do Esquadrão para segundona após sete anos:
Troca de técnicos
O Bahia foi uma das equipes do Brasileirão que mais mudaram de técnico no Campeonato: 3. Após começar com Dado Cavalcanti a competição, o Tricolor partiu para o argentino Diego Dabove, até chegar ao velho conhecido Guto Ferreira. Sem dúvida um erro tremendo, já que mudar a forma de atuar da equipe repetidas vezes, com o campeonato já em andamento, nunca é uma boa opção. E o Bahia literalmente "trocou o pneu com o carro em movimento".
Contratações erradas
Era certo que após quase cair na edição de 2020, o Bahia fosse fazer uma análise mais correta dos jogadores que iriam ser contratados para reforçar o plantel, mas o que se viu foi uma série de contratações inexplicáveis, a exemplo de Matheus Galdezani e Jonas, que pouco atuaram, assim como o paraguaio Óscar Ruíz. Porém, nenhuma contratação se mostrou pior do que a de Marcelo Cirino, que já chegou ao time machucado e nem sequer entrou em campo.
Manutenção de parte do elenco que quase caiu em 2020
Se as contratações não agradaram, o que dizer da manutenção de jogadores que não demonstram técnica e regularidade na equipe desde que o time escapou na penúltima rodada do Brasileiro do ano passado. Juninho Capixaba, Nino Paraíba e Rodriguinho são jogadores que claramente já tiveram seus ciclos encerrados, mas tiveram a permanência garantida para este ano, e mais atrapalharam do que ajudaram o time quando mais precisava.
Diretoria omissa
Com poucas aparições para explicar o péssimo momento que o Bahia vivia ao longo da competição, Guilherme Bellintani é o grande vilão da torcida do Bahia. O presidente fez uma gestão horrível juntamente com o vice Vitor Ferraz, e quando criticados buscaram escudos para mascarar o fracasso. Diminuição do número de sócios, pandemia, venda de jogadores para sanar os cofres combalidos, mas também teve em mãos o maior orçamento da história do clube, e não conseguiu nem ao menos montar uma equipe digna de permanecer na Série A.
Retrospecto ruim contra concorrentes diretos
Naturalmente quando uma equipe busca fugir da Série B, é esperado que ela vença ou ao menos faça jogo duro quando enfrenta concorrentes diretos, mas não foi o que o Bahia fez. O Tricolor perdeu um jogo para o Grêmio, venceu outro, empatou em duas oportunidades com o Cuiabá, e perdeu duas vezes para Atlético-GO e Sport.
Dos concorrentes diretos, o Bahia só bateu a lanterna Chapecoense duas vezes. Diante do Juventude, que escapou, o time venceu uma e empatou outra. Muito pouco.
Erros de arbitragem
São os principais responsáveis pela queda do Bahia para a segunda divisão? não, mas influenciaram e foram decisivos no fim do campeonato? sim. O Bahia teve alguns lances de pênaltis não marcados, onde o árbitro até chegou a consultar o VAR, mas nada fez, além de ter sido prejudicado em outros lances de cartões amarelos e expulsões. A CBF até admitiu ter errado em muitos lances contra o Tricolor, mas só emitiu uma nota se desculpando e nada mais. Nada que deixasse de representar melhor quem comanda o futebol brasileiro.
Diante de todos esses erros o que esperar do Bahia na Série B?
Sem dúvida será a Série B mais difícil de todos os tempos. Bahia, Sport, Vasco, Cruzeiro e Grêmio são alguns dos campeões brasileiros que buscarão uma vaguinha no G-4 para voltar a elite do futebol brasileiro, e para as equipes que caíram, terão que já se readequar a uma complicada realidade, que é a diminuição drástica no orçamento.
Com uma queda brusca nos valores de televisão, é provável que o Bahia, que já recebeu mais de 40 milhões esse ano na Série A, receba algo em torno de 8 milhões em contrato acertado com a CBF para os times na segundona. O Tricolor ainda tem a opção de não aderir ao contrato e ganhar por meio do pay-per-view em assinantes, mas é um acordo que depende de grande engajamento dos torcedores.
A queda nas finanças representará um time mais econômico e sem grandes estrelas. Gilberto e Rossi são algumas das estrelas que podem dar adeus ao clube, assim como o zagueiro Conti, que deve seguir para o exterior.
Agora mais do que nunca a torcida do Bahia precisa dar as mãos e fazer como descreve as linhas de seu hino e conquistar mais um tento, ou seja, conseguir voltar logo a elite do futebol brasileiro.