Ansiedade tira apetite de algumas pessoas e aumenta o de outras
Alterações resultam de interação entre cérebro e sistema digestivo

Foto: Reprodução/Pixabay
A forma como cada indivíduo lida com a ansiedade é única, e essa variação também se estende às possíveis alterações no apetite. Em muitos casos, a ansiedade se transforma em um transtorno quando começa a prejudicar as atividades cotidianas e o bem-estar geral da pessoa. A informação é do portal R7.
Segundo a psiquiatra Julia Trindade, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a sensação de fome tem raízes tanto biológicas quanto emocionais. “O ato de comer não é apenas uma resposta a necessidades nutricionais, mas também está associado ao prazer e ao bem-estar emocional. Muitas vezes, as pessoas não conseguem distinguir entre a fome biológica genuína e a chamada 'fome hedônica', que é motivada pelo desejo de comer por motivos emocionais, como conforto, tédio ou estresse", explica a especialista.
As alterações no apetite resultam de uma interação complexa entre o cérebro e o sistema digestivo.
Entre os fatores estão:
Resposta ao estresse: Em situações de ansiedade ou estresse, o corpo libera cortisol e adrenalina, hormônios que podem suprimir o apetite a curto prazo. Entretanto, o cortisol prolongado pode aumentar o apetite posteriormente, levando ao desejo por alimentos ricos em açúcar e gordura.
Sistema nervoso: A ansiedade ativa o sistema nervoso simpático, que temporariamente pode afetar o apetite ao desviar o fluxo sanguíneo do sistema digestivo.
Neurotransmissores: A serotonina, um neurotransmissor essencial para o humor, é produzida principalmente no intestino e influencia a regulação do apetite
Além disso, a ansiedade também pode causar efeitos digestivos como dores estomacais e náuseas.