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Antigo cemitério no estacionamento da Pupileira, em Salvador, abriga mais de 100 mil corpos de pessoas escravizadas

A descoberta é resultado da pesquisa de doutorado da arquiteta e urbanista Silvana Olivieria e foi confirmada pelo MPBA

Por Da Redação
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Antigo cemitério no estacionamento da Pupileira, em Salvador, abriga mais de 100 mil corpos de pessoas escravizadas

Foto: DIvulgação/IPAC

O Ministério Público da Bahia (MPBA) confirmou que o espaço utilizado para veículos na Pupileira, da Santa Casa de Misericórdia, abriga o que pode ser o maior cemitério de pessoas escravizadas da América Latina, com mais de 100 mil corpos. As informações foram divulgadas pelo portal g1.

Os resultados foram apresentados em reunião realizada na última terça-feira (21), com a presença de representantes do MPBA, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação Gregório de Matos (FGM) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac).

A descoberta é resultado da pesquisa de doutorado da arquiteta e urbanista Silvana Olivieri, desenvolvida na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ao comparar mapas históricos do século XIX com imagens de satélite contemporâneas, ela identificou que o antigo “Cemitério dos Pretos Novos”, local destinado ao sepultamento de africanos escravizados recém-chegados ao Brasil, coincide exatamente com a área hoje utilizada como estacionamento.

As escavações começaram oficialmente em 14 de maio deste ano. No terceiro dia de trabalho, os arqueólogos já haviam encontrado fragmentos de utensílios e porcelanas do século XIX. Cerca de dez dias depois, surgiram as primeiras ossadas humanas. Apesar disso, o espaço segue sendo utilizado para estacionamento de veículos.

O MPBA afirma que representantes do Iphan recomendaram formalmente à Santa Casa que suspenda imediatamente o uso do local até que as investigações sejam concluídas. Paralelamente, Silvana Olivieri protocolou o pedido para que o espaço seja reconhecido como “Sítio Arqueológico Cemitério dos Africanos”, com proteção oficial do patrimônio histórico.

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