Anvisa lista 17 recomendações para vacinação de crianças contra Covid-19
Aplicação de imunizante para quem tem de 5 a 11 anos deve começar em janeiro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A vacinação contra a Covid-19 de crianças com idades entre 5 e 11 anos está prevista para começar em janeiro de 2022, somente o imunizante da Pfizer, e com uma série de recomendações a serem seguidas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pede que outras regras também sejam observadas.
Em um comunicado publicado no dia 16 de dezembro, a Anvisa definiu 17 orientações para que a vacinação desse público ocorra com o mínimo de intercorrências. O documento traz alertas, comparações sobre a imunização em outros países, normas e estatísticas.
Entre as recomendações, consta o pedido para que a vacinação das crianças de 5 a 11 anos seja iniciada somente após treinamento completo das equipes de saúde que farão a aplicação. Se as orientações forem acatadas pelo Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais deverão repassar as diretrizes às equipes locais. Assim, crianças com 5 anos ou mais poderão ser imunizadas contra o novo coronavírus de acordo com as instruções do governo federal.
O Ministério da Saúde tem como um dos principais temas de discussão, a dosagem adequada para essa faixa etária, visto que qualquer manipulação equivocada coloca em risco a saúde das crianças. A vacina aprovada, a Pfizer, possui a dosagem aprovada de duas frações de 10 microgramas, que devem ser aplicadas com três semanas de intervalo. Trata-se de um terço da dose administrada em adolescentes e adultos. Qualquer manipulação equivocada traz risco à saúde.
Por esse motivo, os profissionais que farão a aplicação precisam ser bem treinados, uma vez que a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente “da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produto”, segundo consta no documento da Anvisa.
Sala própria
Além dessas recomendações, a Anvisa também orienta que a vacinação de crianças precisa ser feita em ambiente específico e separado da imunização de adolescentes e adultos. É sugerido que toda criança após receber a dose permaneça no local por, pelo menos, 20 minutos para que seja observada. O objetivo é que em caso de reações adversas o atendimento ocorra imediatamente.
Entre as recomendações, a agência diz que a vacinação infantil deve ser feita preferencialmente a pé, evitando a modalidade drive-thru.
A infectologista Ana Helena Germoglio, diz que as recomendações da Anvisa são as ideais para a imunização. “A maior parte dos erros ocorre no momento da aplicação. Por isso, a importância do treinamento dos profissionais. Isso é factível, pois seria uma adequação de regras a quem já aplica as doses”, fala a especialista.
Germoglio destaca que os pais ou responsáveis que forem acompanhar as crianças devem checar o frasco, ver a dosagem, ler o documento da Anvisa e verificar se está de acordo.
Vacinação
O Ministério da Saúde prevê incluir a vacinação de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas Contra a Covid-19 (PNO). De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a campanha priorizará aquelas com alguma comorbidade. O titular da pasta também informou que a imunização será feita apenas mediante apresentação de receita médica – medida à qual estados já se manifestaram contrariamente.
O ministério afirmou ainda que somente após o resultado da consulta pública decidirá sobre como será a logística da imunização infantil. “No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização dessa faixa etária deve iniciar ainda em janeiro.”
