Anvisa proíbe venda de suplementos e energéticos com ozônio por falta de comprovação de segurança
A Anvisa determinou também a apreensão dos produtos e informou que a empresa veiculava propagandas com alegações terapêuticas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
LUÍSA MONTE
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a comercialização de todos os suplementos alimentares e energéticos da empresa OZT, que atua com o nome Ozonteck Cosméticos.
Segundo a agência, os produtos contêm ozônio, gás que não possui avaliação de segurança para uso em suplementos ou bebidas energéticas, sendo autorizado apenas como agente de desinfecção em tratamento de água e no tratamento complementar de ozonioterapia.
Procurada, a empresa afirmou que trabalha com produtos devidamente regularizados, dentro dos padrões de qualidade e segurança e em conformidade com a legislação.
Quanto à decisão da Anvisa, a Ozontech disse que mantém diálogo com os órgãos reguladores e que as equipes de qualidade e do departamento jurídico estão cientes da notificação e adotando as providências necessárias.
A medida foi publicada na edição de quarta-feira (5) do Diário Oficial da União. A Anvisa determinou também a apreensão dos produtos e informou que a empresa veiculava propagandas com alegações terapêuticas e de saúde não aprovadas, como benefícios aos sistemas digestivo, hepático e cardiovascular.
O ozônio (O₃) é um gás composto por três átomos de oxigênio, formado naturalmente na atmosfera quando o oxigênio (O₂) é exposto à radiação ultravioleta do Sol ou a descargas elétricas como raios.
Trata-se de um oxidante forte, por isso sua ingestão, inalação ou uso tópico sem prescrição médica e controle adequado pode ser tóxico ao sistema respiratório e até letal.
Em aplicações médicas, o gás é utilizado em procedimentos conhecidos como ozonioterapia, aprovada no Brasil em 2023 como tratamento complementar. A mistura de ozônio e oxigênio é aplicada no corpo humano por meio de injeção ou sonda para ajudar a estimular a oxigenação dos tecidos e promover ação analgésica e anti-inflamatória.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou neste ano a regulamentação do uso da ozonioterapia para alguns tratamentos de feridas de pele e dores articulares, mas não autorizou a aplicação via retal.


