Após 20 anos, euro ainda rivaliza com o dólar e se prepara para mudar de visual
Apesar de não ter fôlego para superar moeda americana, a moeda da União Europeia permanece como forte concorrente

Foto: Pixabay
O euro, moeda criada em 2002 a partir da junção de 12 países europeus em um bloco econômico, a União Europeia, visto como um potencial rival do dólar, ainda não venceu a briga, e a divisa americana comanda o mercado internacional.
Cerca de US$ 2,1 trilhões estão em circulação, e 60% das reservas cambiais de bancos centrais de todo o mundo estão em dólar, contra 20% do euro, segundo o Banco Central Europeu (BCE).
Mesmo não representando forte ameaça à moeda estadunidense, o euro se mantém um concorrente respeitável e pretende alterar seu layout nos próximos três anos a fim de se aproximar da realidade de europeus de todas as idades e classes sociais. A proposta foi feita em dezembro de 2021, pelo BCE.
Para o novo desenho, que deve ficar pronto nos próximos três anos, os grupos de discussão pretendem reunir sugestões da população europeia sobre o tema geral das novas notas. Essa é a primeira repaginada do euro, desde sua criação, em 2002.
O design original da moeda europeia, com janelas, portas e pontes de diversos estilos arquitetônicos, simboliza a união e a abertura, apesar de ser abstrato demais para ser associado a um ou outro país do bloco. E sob essa análise, o grupo de trabalho conta com especialistas de cada país da zona do euro para fazer uma lista de temas a ser enviada ao Conselho do BCE.
Após o novo layout ser aprovado no órgão e por consulta pública, o BC europeu tomará a decisão final em 2024.
No modelo alemão
A moeda única da União Europeia é resultado de um compromisso acertado entre os dois grandes motores do bloco econômico: a Alemanha decidiu abdicar do poderoso marco como sinal de reconhecimento dos esforços da França durante o processo de reunificação alemã, após a queda do Muro de Berlim.
Inicialmente, a nova moeda seguia a linha do extinto marco, em que a estabilidade e o controle da inflação eram as únicas prioridades. Mas o toque francês transformou o euro em líder internacional, o que não estava nas intenções da Alemanha, de acordo com Guntram Wolff, diretor do Bruegel, um think tank de Bruxelas.