Após completar um ano, guerra na Ucrânia ainda pode trazer efeitos ao agro
Estudiosos avaliam possibilidade de escalada do conflito e impactos para grãos e fertilizantes

Foto: Reprodução/Redes Sociais
A guerra na Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro de 2022, completa um ano nesta semana e ainda pode trazer impactos para o agronegócio brasileiro. O conflito começou por com a ordem de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia, trouxe grandes efeitos na geopolítica mundial, colocou em xeque a segurança alimentar e energética e gerou até a possibilidade de um conflito nuclear. Para o agronegócio brasileiro, os principais impactos foram nos preços dos grãos e dos fertilizantes.
De acordo com Pedro Costa, professor de relações internacionais, Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, essa guerra seria longa, que envolveria proporções tectônicas. Uma guerra que vai muito além de Rússia e Ucrânia. É uma guerra que de um lado tem a Otan e o G7 e de outro lado a Rússia, subsidiada pela China e Eurásia. Informações foram passadas em entrevista à Jovem Pan.
O professor afirma que os efeitos no agro aconteceriam de qualquer forma. "As instalações de estocagens, terminais portuários, a situação de escoamento interno, de armazenagem em terra estão comprometidas, e isso compromete o desempenho da safra 22/23, agora colhida em 2023 na Ucrânia", afirma.
"Houve queda bastante grande na produção de milho e nas exportações. A exportação deve cair para 20 milhões de toneladas. No caso do trigo, também deve ficar bastante reduzida, em 13 milhões de toneladas. Então, as oportunidades já estavam abertas desde o ano passado", acrescenta.
"Eu particularmente sou cético com preço muito elevado, não acredito que isso vai acontecer nos próximos meses. Acho que estamos cedendo para uma correção mais de baixa do que de alta", finaliza o estudioso.