Aras pede ao STF anulação de delação premiada dos irmãos Batista
Segundo o ministro, Joesley e Wesley Batista agiram de "má-fé" durante a utilização dos benefícios

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), um parecer solicitando a anulação dos benefícios de delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, além dos executivos Ricardo Saud e Francisco de Assis.
Joesley e Wesley Batista, irmãos e executivos da empresa de alimentos JBS, foram alvos da Operação Lava Jato em 2016, em que foi descoberto supostos pagamentos de propinas pela empresa ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para liberação de recursos financeiros para a JBS.
Segundo o parecer, os quatro delatores "agiram com má fé" durante o benefício da delação ao omitir casos ao Ministério Público Federal (MPF). Ainda de acordo com Aras, os irmãos também contaram com a ajuda e informações privilegiadas do ex-procurador Marcelo Miller, acusado de auxiliar o Grupo J&F enquanto atuava dentro da Procuradoria.
Aras também solicitou que o STF anule os benefícios acertados no acordo, como por exemplo, a imunidade penal, recurso que permite que os delatados não sejam processados sobre os fatos que eles mesmos relataram. O procurador também pediu que todos os documentos e provas colhidas durante o processo sejam mantidas.
A decisão final sobre o parecer será tomada pelo plenário do Supremo. Ainda não há previsão ainda de quando esse julgamento vai ocorrer.