'Argumentos não são justos', diz Bolsonaro ao criticar decisão de Rosa Weber sobre 'orçamento secreto'
Presidente afirmou que não iria discurtir o assunto, pois o esquema 'é legal'

Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro fez críticas à decisão da ministro Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu todos os pagamentos feitos através do orçamento, esquema revelado pelo Estadão. Para o presidente, quem deve decidir como e onde o dinheiro público deve ser enviado é o relator-geral do Orçamento.
“Os argumentos usados pela relatora do Supremo não são justos. Dizer que nós estamos barganhando. Como eu posso barganhar se quem é o dono da caneta é o relator, o parlamentar?”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan Curitiba.
“O parlamentar é quem sabe onde precisa de recursos. Não vou discutir a legalidade porque é legal”, acrescentou, sobre a distribuição de bilhões de reais do Orçamento sem transparência, que já foi questionado por órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU).
A decisão de suspender a execução das emendas por Rosa Weber foi tomada na última sexta-feira (5), onde justificou que os demais ministros da Corte preciasam julgar se o formato é ou não legal.
“Causa perplexidade a descoberta de que parcela significativa do Orçamento da União esteja sendo ofertada a grupo de parlamentares, mediante distribuição arbitrária entabulada entre coalizões políticas, para que tais congressistas utilizem recursos públicos conforme seus interesses pessoais, sem a observância de critérios objetivos destinados à concretização das políticas públicas a que deveriam servir as despesas”, afirmou a ministra.