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ÁUDIO: Empresária do Paraná é investigada após se recusar a contratar profissionais LGBT+: "se for homossexual, nem precisa mandar contato"

Em depoimento, Rosangela Silva Pinto admitiu as mensagens, mas disse que exigência era de clientes

Por Da Redação
Às

Atualizado
ÁUDIO: Empresária do Paraná é investigada após se recusar a contratar profissionais LGBT+: "se for homossexual, nem precisa mandar contato"

Foto: Divulgação

A empresária Rosangela Silva Pinto é investigada pela Polícia Civil do Paraná por suspeita de homofobia, após serem apresentados áudios em que ela diz se recusar a contratar homossexuais. [Escute no final da matéria]

As gravações foram enviadas enquanto a empresária tentava recrutar funcionários para uma clínica geriátrica que será inaugurada na cidade de Marialva, no norte do Paraná. Uma enfermeira, que é lésbica, registrou boletim de ocorrência pelo crime de injúria, no último dia 12.

A vítima relatou no boletim de ocorrência que, antes, estava tudo certo para que ela trabalhasse com Rosangela, mas no dia 12 ela foi comunicada pela empresária de que não seria contratada e recebeu as mensagens com a justificativa e o pedido de indicações.

Rosangela chegou a ser chamada na delegacia na última sexta-feira (15) para ser ouvida, mas apresentou um atestado médico e não compareceu. Ela prestou depoimento na segunda-feira (18).

Segundo o delegado Aldair de Oliveira, ela confirmou que enviou as mensagens, mas alegou que a exigência tinha sido feita por clientes. O advogado dela, Augusto Braga, afirma que os áudios foram enviados em conversas privadas.

"Ela reconhece os áudios que ela encaminhou em uma conversa privada, para uma colega também técnica em enfermagem. Contudo, ela respondeu ao delegado que não é responsável por realizar contratação", disse o advogado.

Na mensagem, são pedidas indicações de outras pessoas para preencher a vaga, mas é feita uma ressalva: "Se você quiser me indicar técnicos de enfermagem homens, que não 'seje' homossexual. Porque homossexual eu não admito na minha equipe, tá? Então, assim, é somente homens, tá? E lésbica também não, tá? Mulheres e homens profissionais da enfermagem, entende?".

No segundo áudio, enviado à pessoa que indicou a enfermeira, é afirmado: "O problema é quando [a homossexualidade] sai das quatro paredes para a sociedade. E quer que a gente engula, quer que a gente aceita [sic]".

Conselho regional de Enfermagem manifestou repúdio

O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) divulgou uma nota em repúdio a atos de discriminação por homofobia contra profissionais da categoria, afirmando que o caso está sendo apurado e que serão adotadas as medidas cabíveis. O conselho destacou a importância de ambientes de trabalho seguros e inclusivos, reforçando que enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes devem ter sua identidade, orientação e dignidade respeitadas, e que critérios individuais não podem influenciar contratações.

Leia na íntegra:

"O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná repudia veementemente qualquer ato de discriminação por homofobia contra profissionais de Enfermagem, seja no exercício da profissão ou nos demais espaços da sociedade. Informamos que tomamos conhecimento da situação e que o caso já está sendo apurado para que as medidas cabíveis ao Coren PR sejam tomadas.

A Enfermagem, maior força da saúde do Paraná e do Brasil, é uma profissão plural, formada por pessoas que se dedicam ao cuidado e à promoção da vida. Enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes devem ter sua identidade, orientação e dignidade respeitadas, sendo inaceitável que questões individuais sejam utilizadas como critério para contratação.

Nos solidarizamos com a profissional vítima e reafirmamos nosso compromisso com a construção de ambientes seguros, inclusivos e livres de qualquer forma de preconceito".

Escute os áudios:

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