Auxílio Brasil deixa fora pelo menos 558 mil famílias em extrema pobreza
No Brasil, há 15,06 milhões nessa situação

Foto: Agência Brasil
O Auxílio Brasil, benefício federal que substituiu o Bolsa Família, pode deixar de fora pelo menos 558 mil famílias que vivem na miséria. O programa começou a ser pago na semana passada a 14,5 milhões de famílias, mas o total de benefícios não é suficiente para atender as famílias em extrema pobreza (renda individual de até R$ 89 por mês). A situação é preocupante porque, de acordo com dados do Cadastro Único (CadÚnico), há 15,06 milhões de famílias nessa situação.
Até maio deste ano, o número de benefícios era maior que o de miseráveis. Com a crise causada pela pandemia e o crescimento da pobreza, isso se inverteu em junho e passou a piorar mês a mês. No geral, o Auxilio Brasil é destinado não só a miseráveis, mas também a pobres (renda mensal de R$ 89,01 a R$ 178).
Os miseráveis têm prioridade de atendimento, e todos deveriam ser beneficiados, para só depois entrarem os pobres. O governo não divulga quantos de cada categoria são atendidos. Então não é possível saber quantas das 15,06 milhões de famílias em extrema pobreza estão fora. Por isso, o número pode ser bem maior.
Os dados de outubro e novembro ainda não foram divulgados no CadÚnico, mas a folha de pagamento do Auxílio Brasil mostra que em novembro foram pagos 14,5 milhões de benefícios, o que dá a diferença de 558 mil em relação às famílias na miséria.
Redução de beneficiários
O novo Auxílio Brasil começou a ser pago em novembro com uma redução de 148 mil beneficiários em relação ao último pagamento do extinto Bolsa Família, em outubro. Além dessas famílias na miséria, outras 2,9 milhões de famílias estavam em situação de pobreza (com renda de R$ 89,01 a R$ 178). Todas elas são elegíveis e deveriam ter acesso ao benefício social. Com isso, a fila de espera hoje deve ter em torno de 3,5 milhões de famílias.