Auxílio emergencial não foi suficiente para lidar com a fome no Brasil, diz chefe da FAO
Segundo Maximo Torero, o governo federal precisa mapear a fome no país para resolver a crise

Foto: Reprodução/Getty Images
O economista-chefe da FAO [Food and Agriculture Organization], Maximo Torero, afirmou que a fome no Brasil aumentou em 2020 e que o programa do auxílio emergencial não foi o suficiente para lidar com a situação. Segundo ele, o Brasil precisa mapear urgentemente os bolsões da fome no país para dar uma resposta à crise. As informações são da coluna Jamil Chade, do UOL.
"A consequência do confinamento foi a perda de renda, principalmente na economia informal. Na economia formal, há certa proteção. Mas os informais não têm acesso a isso e foram deixados sem apoio", disse.
De acordo com dados informados por ele, em 2019, menos de 2,5% da população brasileira vivia em uma situação de fome severa. Já no final de 2020, esse número saltou para 8%. "É um enorme salto", insistiu Torero.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recolocam o Brasil de volta ao radar da fome. "Foi um ano muito ruim, pela forma que lidaram com a pandemia", afirmou.
O economista também apontou uma projeção de recuperação completa que, segundo ele, deve ser retomado no período de 10 anos. "Nossa projeção é de recuperação completa apenas a partir de 2030, tanto no mundo como na América Latina", disse, ao completar que o maior obstáculo serão os preços de energia. "Isso é de grande preocupação".