O Ceará abriu vantagem para levantar o caneco da Copa do Nordeste 2020. O Vozão bateu o Bahia por 3 a 1, na partida de ida da decisão da competição, neste sábado (1), em Pituaçu. Com o resultado, o time cearense pode ser derrotado por até um gol de diferença, que fica com a taça. Já o Tricolor, terá que vencer por dois gols de diferença para levar decisão para os pênaltis, ou três, para levar título direto.

A primeira etapa não foi cercada de muitas emoções, porém, o Ceará foi melhor nos minutos iniciais. O Vozão a todo momento pressionou o Bahia na linha de defesa, manteve mais posse de bola e até esteve mais presente no campo de ataque. Já o Tricolor, aparentou um certo nervosismo, lentidão na transição da defesa para o ataque, mas a marcação esteve impecável e não deixou o Ceará criar boas oportunidades.

Por muitas vezes acuado aguentando a pressão do Ceará no campo de defesa, o Bahia teve muita dificuldade para tentar encaixar os tradicionais contra-ataques em velocidade. Mesmo não fazendo uma grande partida, o Bahia, assim como o Ceará, fazia pressão quando o Vozão tinha a posse de bola.

Aos 24 minutos, após erro da defesa do Ceará, Flávio roubou a bola antes do meio campo, avançou em velocidade e lançou Fernandão, o atacante nem dominou, bateu rasteiro, cruzado, para o fundo das redes, inaugurando o placar em Pituaçu.

Porém, um erro, desta vez da defesa do Tricolor, mal deu tempo para o Esquadrão comemorar o gol marcado. 

Aos 27 minutos, após lançamento de Fernando Prass do campo de defesa, a bola sobrou para Fernando Sobral, que tocou de cabeça pro ataque, mas Juninho Capixaba tomou a frente do atacante, e aparentava ter o controle da bola, mas ao tentar recuar, acabou se chocando com o goleiro Anderson, e deixando o gol aberto para Sobral só empurrar para as redes, igualando o duelo.

Aos poucos, pondo a bola no chão, trocando mais passes, e até com mais espaço, o Bahia equilibrou as ações do duelo, mas mesmo assim, não fez novas alterações no placar.

O retorno para a segunda etapa trouxe o Bahia com a postura diferente. Mais livre no campo de ataque e tocando melhor a bola, o Tricolor reiniciou o duelo bem mais presente no campo de ataque do que na defesa. Situação oposta a da etapa inicial. Porém, o Ceará também voltou dentro da estratégia de pressionar no campo de defesa do Tricolor e avançando quando devia.

Aos seis minutos, o Vozão chegou com perigo. Bruno Pacheco fez linda tabela com Leandro Carvalho, recebeu passe dentro da área e chutou forte, exigindo que Anderson espalmasse pra evitar a virada.

Defensivamente, o Bahia já demonstrava sinais de fraqueza, incluindo, erros de marcação e posicionamento dos zagueiros. Foi desta forma, que o Vozão se aproveitou e alcançou a virada.

Aos 11 minutos, o Ceará trocava passes no lado esquerdo, até que a bola chegou para Samuel Xavier, que levantou na área, Lucas Fonseca não conseguiu cortar, e Cléber, livre de marcação, testou bonito no canto do goleiro Anderson.

Aos 27 minutos, quase que Anderson compromete mais ainda o resultado. O goleiro saiu jogando mal e, a bola ficou para Fernando Sobral, que chutou de fora da área, e exigiu que arqueiro Tricolor defendesse. Porém, outro erro no campo de defesa, desta vez, não foi perdoado pelo Vozão.

Aos 28 minutos, Mateus Gonçalves foi lançado em velocidade, cortou para o meio, e chutou para o fundo das redes. O árbitro assinalou impedimento, mas após consulta no VAR, validou o gol, complicando a situação do Tricolor no duelo.

O gol caiu como uma verdadeira ducha de água fria para o Bahia. O time que já dava sinais claros de exaustão, tentou, em vão, criar novas situações de perigo para a meta de Prass. Até teve um lance polêmico aos 40 minutos, após Fernandão cair na área, mas a consulta ao VAR indicou que o lance não foi pênalti. O placar não foi modificado novamente, para alegria do Ceará e decepção para o Bahia.

Análise do Bahia na partida

Novamente, o Tricolor faz uma partida muito ruim, e aquém do desejável. Com pouca criatividade na criação de jogadas, acuado na defesa, cometendo erros infantis, que não são perdoáveis em uma decisão de campeonato, o Bahia foi um adversário que o Ceará não teve tanto trabalho para dominar, só precisou encaixar uma boa marcação e trocar passes com mais objetividade, do que só trocar passes para o lado.

É preciso destacar também que partida horrível defensivamente feita pelo Bahia. Os zagueiros mal posicionados e os laterais deixando muito espaço no momento que avançavam ao ataque, foram personagens importantes na derrota desta tarde. A defesa Tricolor já manifestava sinais evidentes de fraqueza no início do duelo e, no decorrer, foi um verdadeiro desastre.

Outro defeito grave já notado em partidas anteriores é a dificuldade do Bahia para penetrar em defesas bem postadas.Já havia sofrido para vencer o Confiança, e com o Ceará não foi diferente. O time troca muitos passes, é verdade, mas não consegue criar situações de perigo, quando tenta alguma coisa é levantamento na área ou alguma jogada individual. Terá que melhorar e muito, para tentar tirar o título do Vozão, que já está com uma mão na taça.