Base conservadora se volta contra Trump após frustração com caso Epstein
Departamento de Justiça nega existência de arquivos prometidos por Trump sobre rede de abuso ligada a Jeffrey Epstein

Foto: Reprodução/Netflix
Apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passaram a se voltar contra o republicano após o Departamento de Justiça norte-americano desmentir uma teoria conspiratória difundida por Trump durante a campanha de 2024. Na ocasião, o presidente prometeu revelar uma suposta "lista" de envolvidos no escândalo sexual de Jeffrey Epstein — empresário acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de comandar uma rede internacional de exploração sexual.
Epstein morreu em 2019, enquanto estava preso em Nova York. Nos anos 1990 e início dos anos 2000, ele manteve uma relação social próxima com Trump — ambos frequentavam os mesmos círculos de luxo em Palm Beach e Nova York, e chegaram a ser vistos juntos em festas na mansão Mar-a-Lago.
Após a prisão de Epstein, Trump buscou se distanciar publicamente do financista. Nos últimos anos, no entanto, ele passou a propagar teorias conspiratórias sobre o caso, alegando que Epstein teria sido assassinado na prisão para proteger figuras poderosas. Durante a campanha de 2024, o então candidato chegou a afirmar que, caso fosse reeleito, tornaria públicos documentos confidenciais relacionados ao escândalo.
Em setembro de 2024, Trump voltou a abordar o tema em entrevista ao podcast do cientista de computação Lex Fridman. Na ocasião, declarou ser “muito estranho para muitas pessoas” que a lista de “clientes” que teriam frequentado a ilha de Epstein nunca tivesse vindo a público. Disse ainda que não teria problemas em divulgar esses nomes caso retornasse à Casa Branca.
No entanto, no dia 7 de julho de 2025, o Departamento de Justiça dos EUA divulgou um comunicado oficial afirmando que Jeffrey Epstein cometeu suicídio e que não existia nenhuma "lista de clientes" usada por ele para chantagear autoridades e personalidades influentes.
A declaração frustrou parte da base de apoiadores de Trump, que esperavam a prometida transparência sobre o caso. Influenciadores ligados ao movimento “Make America Great Again” (MAGA) passaram a acusar o próprio governo Trump de acobertamento.
Nas redes sociais do presidente, multiplicam-se comentários de apoiadores exigindo a divulgação da “verdade” sobre o caso Epstein. O movimento que ajudou a impulsionar a campanha de Trump sofreu uma espécie de “virada de chave”: embora continuem exigindo acesso a supostas informações confidenciais, os seguidores agora direcionam suas críticas ao próprio Trump, a quem acusam de proteger as elites e esconder provas.