BC estima crescimento de 1,5% para o PIB em 2026, pior resultado registrado desde 2020
Representantes do BC indicam que a desaceleração é necessária para reduzir a inflação
Foto: Reprodução/José Cruz/Agência Brasil
O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (25), o relatório de política monetária do terceiro trimestre, e informou a redução de 2,1% para 2% da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
O mesmo relatório aponta que, para 2026, a estimativa é de que o PIB cresça 1,5%. Esse é o menor índice estimado desde 2020, quando houve recuo de 3,3% por conta da Covid-19.
Confira o histórico de alta do PIB e estimativas do BC:
2026 (projeção BC): 1,5%
2025 (projeção BC): 2%
2024: 3,4%
2023: 3,24%
2022: 3%
2021: 4,76%
Segundo representantes do BC, a desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas. O BC ainda divulgou que a economia segue operando acima do potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa básica da economia, a taxa Selic, considerada o instrumento principal para análises de juros, pela segunda vez seguida, em 15% ano, em setembro, o maior nível em quase 20 anos. Segundo o BC, já é esperado um efeito positivo da queda do dólar sob a inflação, embora o juro alto permaneça por um período "bastante prolongado".
A desaceleração da economia pode trazer problemas orçamentários para o governo em 2026, devido à possibilidade de diminuir a arrecadação de impostos e contribuições federais. A Receita Federal divulgou, por exemplo, que a arrecadação federal do mês de agosto apresentou queda real de 1,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Em relação à inflação, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, informou que o teto da meta, de 4,5%, foi ultrapassado no acumulado de 12 meses até junho, devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
O BC divulgou estimativa de 3,6% de inflação para o ano de 2026, porcentagem que segue a meta de variação entre 1,5% e 4,5%. Além de apontar uma projeção um pouco melhor para 2027, com 3,2%.
