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Biomédico que estudava o impacto do coronavírus no sistema nervoso central, morre vítima da doença

Nilton Barreto dos Santos morreu na noite do dia 4 de maio

Por Da Redação
Às

Biomédico que estudava o impacto do coronavírus no sistema nervoso central, morre vítima da doença

Foto: Arquivo Pessoal/Nilton Barreto dos Santos

O biomédico paraense Nilton Barreto dos Santos, morreu vítima de covid-19, na noite do dia 4 de maio. Coincidentemente, Nilton, que investigava o impacto do coronavírus no sistema nervoso central teve parte dos tecidos do pulmão, do coração e do cérebro coletados após a morte para que a pesquisa desenvolvida por ele e seus colegas continuasse avançando. 

Em entrevista à BBC Brasil, a família do biomédico disse que autorizou a autópsia para ajudar a decifrar os mistérios de um vírus que já matou milhões em todo mundo e deixa sequelas ainda não totalmente entendidas pela ciência. "Autorizamos a coleta do material tecidual dos pulmões, do coração e cérebro do Nilton para entender melhor essa doença. Por exemplo, por que ela está acometendo jovens sem comorbidades como ele, e evitar que outras famílias passem pelo sofrimento que estamos passando". 

Na entrevista, a viúva de Nilton,  Sâmia Maracaípe, disse que ainda enfrenta com dificuldades a dor do luto. "Nilton é meu esteio. Sempre me apoiou profissionalmente, me engrandeceu, conhecia cada sorriso e cada sentimento que eu tinha, era a pessoa que certamente melhor me conhecia. A gente dormia abraçado todos os dias e para mim está sendo muito difícil. Não sei como vai ser a minha vida daqui para frente, como vou continuar na minha casa rodeada de memórias dele todo o tempo. Ele foi o meu primeiro namorado, meu marido, o amor da minha vida. Tive a sorte de ter um amor seguro, tranquilo, por 16 anos e só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade". 

A irmã de Nilton compartilha o mesmo sentimento. "Ele continua vivo em cada um de nós. Era um irmão maravilhoso, um filho excelente, sempre preocupado com todo mundo". 

Mas como em diversas mortes que ocorreram por covid este ano, Sâmia, como inúmeras famílias diz estar revoltada pelo país já possuir vacina, porém mais da metade da população ainda não teve acesso ao imunizante. "Estou extremamente revoltada. Nilton morreu de uma doença para a qual já há vacina. Ele foi assassinado por um governo genocida. Temos um governo que não acredita na ciência, que não investe em pesquisa, que odeia professor. É muito cruel". 

Nilton deixa os pais, duas irmãs, e a esposa, assim como uma dezena de amigos.

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