Bolsonaro leu e alterou minuta do golpe, afirma Mauro Cid em depoimento ao STF
Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o ex-presidente "enxugou" o documento

Foto: Ton Molina/STF
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid revelou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, leu e modificou a chamada minuta do golpe. O tenente-coronel é ouvido como réu colaborador da Ação Penal, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Cid contou que o documento planejava uma segunda eleição em 2022, anulando o resultado da primeira. "A segunda parte entrava numa área mais jurídica, de estado de defesa, de estado de sítio, prisão de autoridades e decretação de um conselho eleitoral para refazer as eleições", afirmou.
Segundo Cid, o documento previa a decretação da prisão de diversas autoridades, incluindo ministros do STF. "Vários ministros do STF, o presidente do Senado... Acho que o presidente da Câmara não, mas eram várias autoridades do STF e do Legislativo", contou.
Questionado sobre as alterações, Cid afirmou que Bolsonaro "enxugou" o documento, retirando a prisão das autoridades e deixando apenas a do ministro Alexandre de Moraes.
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