Braga Netto coordenou ações mais radicais e violentas do plano golpista, diz PGR
O general teria mantido contato direto com manifestantes e articulado ações clandestinas com militares

Foto: Isac Nóbrega/PR
O ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, o general Walter Braga Netto, teria atuado junto ao núcleo mais radical do grupo que orquestrava um golpe de Estado e coordenou as ações mais violentas. O parecer consta nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República.
“Valendo-se do seu elevado poder de influência no núcleo decisório da Presidência da República, o réu atuou de forma incisiva para garantir o êxito da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa e capitaneando iniciativas para pressionar o Alto Comando do Exército", diz o documento.
Segundo o documento assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, Braga Netto teve papel central na engrenagem golpista, mantendo contato direto com os manifestantes e articulando ações clandestinas com militares ligados ao governo.
A Procuradoria afirma que ele também foi o responsável por manter a base bolsonarista mobilizada, garantindo a continuidade das manifestações e articulando um eventual apoio das Forças Armadas.
A peça do Ministério Público destaca que o ex-ministro participou do planejamento operacional de ações clandestinas, executadas por militares das Forças Especiais, e liderou a criação de um clima de instabilidade institucional.
A Procuradoria ainda aponta que Braga Netto teve papel ativo nos bastidores dos atos de 8 de janeiro de 2023, considerados uma tentativa de consumar o golpe.