Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 630 bi em desonerações nos últimos 10 anos
O valor pode ser ainda maior

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O governo instituiu pelo menos 332 desonerações tributárias desde 2010. Juntas, elas representam R$ 630,3 bilhões que deixaram de entrar nos cofres públicos. Esse número é a soma das estimativas fornecidas pela Receita Federal quando se aprova uma desoneração. Sendo que o valor pode ser ainda maior, já que 67 medidas não tiveram as estimativas fornecidas.
O levantamento feito pelo site Metrópoles, tem base nas informações da Receita Federal e do Ministério da Economia. Um dos objetivos da reforma tributária do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é simplificar o código tributário. As medidas já aplicadas alteram 15 tributos diferentes. O que mais sofreu modificações foi o IPI, imposto que incide sobre produtos industrializados, com 136 desonerações.
Em seguida vem o PIS, com 120, e a Cofins, com 117. Os dois tributos são calculados em cima do faturamento das empresas. O PIS serve para promover a integração social do empregado e a Cofins financia a Seguridade Social. Com a crise econômica vivida pelo Brasil desde 2014 a quantidade de desonerações tributárias caiu drasticamente. Com uma menor arrecadação de impostos é mais difícil abrir mão de qualquer valor.
As desonerações que tiveram o maior impacto foram as retiradas do prazo de vigência nas mudanças na contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento das empresas. Sozinhas elas levaram a uma arrecadação de R$ 53,2 bilhões entre 2014 e 2017.