Brasil fecha acordo com Argentina para o setor automotivo
Paulo Guedes fala em flexibilização do regime flex nos próximos 10 anos

Foto: Agência Brasil
O Brasil fechou nesta sexta-feira (6) acordo com a Argentina que prevê a liberação completa do setor automotivo até 2029, quando entrará em vigor o acordo Mercosul-União Europeia e a União Europeia. O documento foi assinado pelo ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e o ministro da Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica.
“Após décadas em torno de uma direção que era movida por substituição de importações, economias fechadas e a ideia de autossuficiência econômica, nós finalmente decidimos, como país, abrir a economia. Encontramos no governo argentino a mesma disposição. Nossa decisão estratégica é de uma abertura gradual, porém segura”, disse Guedes.
Guedes, no evento, voltou a falar sobre abrir a economia brasileira. Dentre as possibilidades de abertura, estão os acordo bilaterais, que ajudaram de certa maneira a dar tempo para que o Brasil realize suas próprias reformas internas.
"Simplificação de impostos, desoneração de folhas de pagamento, de forma a aumentar a competitividade da indústria brasileira”, disse Guedes.
Um dos aspectos interessantes que foram acordados com os argentinos, é a mudança no flex. O flex é um fator que regula o quanto o Brasil pode exportar para Argentina sem a cobrança de tarifas. O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia do Brasil, Lucas Ferraz, explicou que o objetivo agora é aumentar o lucro brasileiro no flex.
“A ideia é que, gradualmente, nos próximos dez anos, haja uma flexibilização do regime flex. Atualmente, temos um flex de 1,5. Ou seja, para cada 1,5 dólar exportado pelo Brasil, nós devemos importar 1 dólar. De 2015 a 2020, esse flex já sobe imediatamente de 1,5 para 1,7. De forma gradual, ao longo dos 10 anos seguintes, contados a partir de julho de 2019, vamos evoluindo de 1,7 para 1,8, até 2023, 1,9 em 2025, 2,0 em 2027, 2,5 em 2028. Em 2029, passa a ser 3,0. A partir de 1º de julho de 2029, Brasil e Argentina entram em um livre comércio automotivo, sem quaisquer condicionalidades”, disse Ferraz.