Brasileira usa voluntariado para formar empreendedores em Angola
Aos detalhes...

Facilitar e contribuir - de forma voluntária - para o avanço econômico de empresários é a força que move e guia o escopo de trabalho da empresária, palestrante, escritora e atual diretora da Câmara de Comércio Angola Brasil, Camila Silveira. Desde janeiro de 2019 ela participa da demanda de empresas interessadas em contribuir para o desenvolvimento de Angola e já impactou positivamente a vida de mais de cinco mil pessoas que estão capacitadas para construir seus negócios. Os cursos voluntários oferecidos por ela possuem certificado do método Camila Silveira – Vencedores ou Vítimas, reconhecido pelo Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional (INEFOD), que assegura a qualidade das formações em território angolano.
“No total, foram realizados 16 eventos, que chegaram à Província do Dundo, Benguela, Luanda, Lubango e Cunene. O processo foi realizado com uma média de 12 mil pessoas, entre cadastramentos e cursos. Dessas 12 mil, pelo menos cinco mil continuam trabalhando conosco, recebendo suporte e acompanhamento, e à frente de algum tipo de negócio, gerando empregos e subsistência familiar. Uma das minhas maiores preocupações é que não apenas a capital (Luanda) seja beneficiada. O Cunene, por exemplo, é a província com maior índice de mortalidade e falta de acesso a recursos e informação. Além do trabalho de capacitação e monitoramento da juventude feito na província este ano, estamos construindo uma biblioteca comunitária, que será a primeira na região”, conta Camila.
No intuito de reforçar as vantagens dessa união comercial entre Brasil e Angola durante a quarentena, ela intensificou a capacitação via Facebook, Zoom e outras plataformas digitais para ensinar novas estratégias de marketing que ainda não tinham sido utilizadas pelos empresários antes da pandemia e atendeu uma média de 200 pessoas por semana, tudo de maneira voluntária. “Estamos em um momento de renovação completa de mercado e estratégias de trabalho, onde quem não estiver aberto a essa reestruturação terá dificuldades maiores. No entanto tenho muito orgulho em dizer que muitas empresas obtiveram um aumento de até 60% de seus rendimentos, tendo níveis de vendas superiores a todos os meses anteriores. Os melhores resultados atingem o ramo alimentício e os fabricantes de bens de consumo, como roupas e chinelos”, enfatiza. Ela também destaca o protagonismo dos jovens empreendedores angolanos que demonstram talento na área de gestão e defende que é necessário o acompanhamento efetivo desses jovens para apoiá-los em suas ações empresariais.
De acordo com Camila, o ano de 2020 tem como meta a realização de 72 eventos gratuitos em diversas províncias, que serão realizados agora de forma online e podem atingir a uma quantidade de pessoas até duas vezes maior. “Tivemos uma demanda diária bem interessante, o que foi uma grande surpresa e me possibilitou alcançar um número maior de pessoas. Nosso processo só acelerou a partir de atitudes rápidas de reformulação de estratégias priorizando a necessidade do amparo de reestruturação junto aos empresários”, conclui.
Angola apresenta muitas possibilidades, com destaque para o ramo da agricultura e alimentação temas muito utilizados no trabalho que desenvolve. “Frequento o país há 15 anos com parcerias empresariais e agora nosso intuito dentro da Câmara é estreitar ainda mais esses laços”, afirma a diretora. Ela também explica que agora com a pandemia necessita mais ainda da produção brasileira em alguns locais africanos. “Temos poucas produções internas o que faz o país viver de importações, o que é uma grande vantagem para muitos empreendedores brasileiros que são afetados por concorrência”, pontua.