Brasileiro é preso após roubar nome de criança morta e viver como cidadão americano
Ricardo Cesar Guedes roubou a identidade de Willian Ericson Ladd, morto em 1979, e viveu ilegalmente no país por 25 anos

Foto: Reprodução/Twitter
Um brasileiro foi preso por roubar a identidade de uma criança norte-americana morta para emitir um passaporte e, ainda, trabalhar durante 23 anos como comissário de bordo na United Airlines nos Estados Unidos.
O homem identificado como Ricardo Cesar Guedes roubou a identidade de Willian Ericson Ladd, que nasceu em 1974 e morreu em um acidente de carro em 1979, em Washington, segundo informações da Justiça estadunidense. As investigações apontam ainda que Ricardo teria encurtado o nome para Eric Ladd e usado a identidade para trabalhar ilegalmente no país.
Ainda de acordo com as investigações, o brasileiro nasceu em 1972, no estado de São Paulo, mas assumiu a identidade de Ladd em 1998, quando conseguiu emitir um passaporte americano. Desde então, ele renovou o passaporte seis vezes até dezembro de 2020, quando o Departamento de Estado se deparou com “vários indicadores de fraude”.
A partir daí, uma investigação criminal foi iniciada contra Ricardo e os agentes conseguiram identificar a verdadeira origem por meio das impressões digitais, presentes em documentos emitidos na década de 1990. As impressões digitais foram comparadas também com as que o brasileiro apresentou na verificação de antecedentes na United Airlines. Segundo a companhia aérea, o brasileiro não trabalha mais na empresa.
Em setembro de 2021, Ricardo foi preso no Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston. Ele foi encontrado no portão de embarque utilizando o passaporte e se apresentou à polícia como Willian Ericson Ladd. O brasileiro é acusado de prestar “declaração falsa em pedido de passaporte, falsamente se passar por um cidadão americano e entrar na área restrita do aeroporto sob falsos pretextos”.
A família da criança morta chegou a ser consultada sobre o conhecimento do brasileiro, mas eles alegaram que nunca haviam visto a pessoa que se passava por Willian.
Ricardo continua preso no Texas, e aguarda julgamento marcado para 18 de abril de 2022.
Documentos do processo mostram que, no momento da prisão, ele disse aos agentes: “Eu tinha um sonho, e o sonho acabou. Agora preciso encarar a realidade”.