Brumadinho: rompimento da barragem da Vale completa mil dias

Até o momento, os responsáveis pelo desastre não foram punidos

Por Da Redação
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Brumadinho: rompimento da barragem da Vale completa mil dias

Foto: Agência Brasil

O rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), completa mil dias nesta quinta-feira (21) sem previsão para que a maior operação de buscas do Brasil chegue ao fim. Em quase 2 anos e 8 meses, 262 vítimas foram encontradas e identificadas. Mas oito famílias ainda esperam pela localização dos corpos. Até o momento, os responsáveis pelo desastre não foram punidos.  

A estrutura da barragem B1 ruiu na mina do Córrego do Feijão em janeiro de 2019. Desde então, os capítulos dessa tragédia não chegaram ao fim. "Quase três anos da ‘tragédia-crime’, quase três anos também de impunidade, ninguém preso, ninguém punido. A gente quer que as empresas sejam responsabilizadas e que as pessoas que contribuíram para o rompimento da barragem também sejam punidas", disse ao G1 Alexandra Andrade, que perdeu o irmão, Sandro Andrade, e o primo, Marlon Gonçalves, e atualmente preside a associação dos familiares de vítimas.

Em janeiro de 2020, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou à Justiça mineira a denúncia das 270 mortes. Além da Vale e da TÜV SÜD, empresa alemã responsável pelo laudo que atestou a segurança da barragem, 16 pessoas foram denunciadas, incluindo o ex-diretor presidente da mineradora Fabio Schvartsman. Na terça-feira (19), entretanto, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular o recebimento da denúncia por entender que o caso deve ser analisado pela Justiça Federal. Com isso, os denunciados deixaram de ser réus. 

Desde janeiro de 2019, mais de 4,1 mil militares de Minas Gerais atuaram em Brumadinho, o que corresponde a cerca de 70% do efetivo do Corpo de Bombeiros no estado. A cada semana, atualmente, entre 50 e 60 militares chegam à Base Bravo, mas esse número já chegou a centenas e contou com reforço de bombeiros de 15 estados e do Distrito Federal.

Ao longo dos últimos mil dias, as características dos mais de 11 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados da barragem se transformaram, e a corporação acumulou experiência, aperfeiçoou técnicas e investiu no trabalho de inteligência. Com isso, as fases de buscas adotadas em campo foram se modificando. Nesses mais de dois anos, os militares conseguiram vistoriar superficialmente toda a área do desastre, que soma cerca de 290 hectares, o que equivale a aproximadamente 290 campos de futebol. 

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