Câmara quer punição criminal para responsáveis por rede de fake news
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) está sendo cotado para a relatoria do texto

Foto: Reprodução / Câmara
Os deputados federais querem acrescentar ao projeto das fake news, aprovado no Senado há duas semanas, um ponto não contemplado no texto endossado pelos senadores: o enquadramento criminal dos responsáveis por financiar e disseminar conteúdos falsos. A proposta começou a ser analisada nesta segunda-feira (13) na Câmara, quando ocorreu a primeira de uma série de dez audiências públicas sobre o assunto.
A proposta é criar uma pena de um a cinco anos de prisão e multa para quem vender, comprar, usar ou financiar serviços de robôs e de disparo de mensagens em massa sem consentimento dos destinatários. A punição seria aumentada em um sexto, caso fosse cometida por servidor público.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) está sendo cotado para a relatoria do texto. Ele é um dos participantes na discussão e defende o endurecimento do projeto. O parlamentar, que tem uma alternativa pronta em mãos, propõe a criação de um capítulo sobre crimes.
O texto diz que a mesma punição seria destinada para os responsáveis por “aplicações e serviços alheios às funcionalidades oferecidas pelas redes sociais e que nelas operem com o objetivo de falsear a percepção do público a respeito do engajamento ou da popularidade de conteúdos na internet”. Os robôs seriam enquadrados nesse último item. Para o deputado, a proposta chegou com uma lacuna do Senado.
Em entrevistas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que responsabilizar propagadores de notícias falsas é proteger o regime democrático. Entre os deputados, tem ganhado força o entendimento de que é necessário criar no projeto mecanismos que identifiquem de onde vem o financiamento da propagação de fake news.