Carla Zambelli trocou de esconderijo na Itália para evitar localização, diz site
Deputada foi condenada a 10 anos de prisão e multa por invasão ao sistema do CNJ

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) trocou de endereço enquanto esteve na Itália. A movimentação visava dificultar sua localização pelas autoridades. As informações foram divulgadas no Blog do Octavio Guedes do site G1, segundo apuração feita com base em informações de uma fonte da Polícia Federal.
“Não foi possível monitorá-la em tempo integral. Não sabemos ao certo em quantos locais esteve, mas ela mudava de endereço”, disse uma pessoa envolvida diretamente na operação.
No dia 13 de junho, o representante da PF na Itália localizou Zambelli em uma pensão que hospedava outras famílias. A informação foi repassada às autoridades italianas, que chegaram a considerar a prisão da parlamentar.
A ação, porém, não foi realizada naquele momento. De acordo com a PF, por envolver questões políticas, o caso foi submetido à análise do Ministério Público e da Justiça italiana. Desde então, a deputada permaneceu sendo monitorada por investigadores brasileiros.
Prisão de Zambelli
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29). A informação foi divulgada pelo Ministério da Justiça. Zambelli fugiu para o país após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delagatti Neto.
De acordo com o ministério, agentes da polícia foram até o apartamento onde ela estava e efetuaram a prisão.
O deputado italiano Angelo Bonelli publicou em sua conta no X (antigo Twitter) afirmando que entregou o endereço em que Zambelli estava à polícia. "Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli", escreveu Bonelli.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que "autoridades italianas prenderam na tarde desta terça-feira (29/7), em Roma, uma brasileira que se encontrava foragida no país" e que a medida é resultado de cooperação policial internacional entre a PF, a Interpol e agências da Itália.
A nota também afirma que a presa "era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário".
O Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado oficialmente a extradição da parlamentar, após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Zambelli está incluída na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
A deputada deixou o Brasil no dia 25 de maio deste ano, pela fronteira com a Argentina. De lá, ela migrou para os Estados Unidos e, na manhã de 5 de junho, chegou a Roma, na Itália.
Na segunda-feira (28), o advogado Fábio Pagnozzi, que defende a parlamentar, afirmou que ela estava aguardando um pedido formal para se apresentar às autoridades na Itália. A declaração foi realizada em entrevista ao Estúdio i, da Globonews.
"Ela pensa em se apresentar às autoridades italianas a partir do momento que aja um pedido formal na Itália. Desde que ela foi para a Itália, não houve uma manifestação do governo italiano em desfavor da deputada", afirmou Pagnozzi.
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