Foragida na Itália, Carla Zambelli faz críticas ao STF e comenta política nacional mesmo após ter contas principais desativadas por determinação de Moraes
Deputada utiliza conta alternativa para criticar o governo

Foto: Reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida da justiça brasileira, faz publicações nas redes sociais, através de um perfil alternativo do Instagram, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de suspensão das contas de Zambelli, em 4 de junho.
A conta alternativa, utilizada por Zambelli após a principal ser tirada do ar, foi criada em maio de 2025 e tem cerca de 4.600 seguidores e é utilizada para comentar temas da política nacional e fazer críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Críticas a Moraes e ao governo
Em um vídeo publicado na conta alternativa, Zambelli faz críticas direcionadas a Moraes e ao governo federal, em decorrência do aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos. No vídeo ela chama as tarifas de "Taxa Moraes" e aponta o ministro do STF como um "ditador".
Na mesma publicação ela parabeniza o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao afirmar que ele é o único que tem coragem de "enfrentar certas coisas". Além de agradecer o apoio do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.
A deputada ainda afirma estar confiante no processo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sobre a perda do mandato.
Além do Instagram, Zambelli também utiliza a plataforma Substack, onde publica textos e reflexões sobre a própria situação política. Nas postagens, Zambelli afirma que está vivendo um "exílio", embora a justiça brasileira a considere foragida, devido ao descumprimento de medidas cautelares, e recusa a entregar o passaporte, uma determinação do STF.
A mãe da deputada, Rita Zambelli, também divulga vídeos em parceria com a filha, onde adora o mesmo discurso e compartilha mensagens de apoio. Carla Zambelli convidou, no dia 17 de junho, os seguidores a acompanharem os novos canais de comunicação e afirmou que continuará usando plataformas alternativas para manter proximidade com a comunidade.
Zambelli é alvo de um mandado de prisão preventiva, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, e está incluída na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ela foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em uma invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delagatti Neto.
Zambelli deixa o Brasil e torna-se foragida
No dia 25 de maio deste ano, Zambelli deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina. Em território argentino, ela decidiu migrar para os Estados Unidos (EUA), em uma data que não foi identificada.
Já no dia 3 de junho, a publicou um vídeo e afirmou que estava fora do Brasil, sem especificar o local em que estava "exilada". Um criador de conteúdo digital descobriu a localização de Zambelli ao analisar as imagens, e divulgou que ela estava no Fort Lauderdale, cidade na Flórida, nos EUA. A informação foi confirmada no dia seguinte pela assessoria da deputada.
Na manhã do dia 5 de junho, Zambelli chegou a Roma, na Itália, onde possui cidadania. Com a chegada em território italiano, durante a tarde do mesmo dia, o nome dela foi incluído na lista vermelha de procurados da Interpol.
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